Cearense coordenará professores no Timor-Leste
Treze brasileiros foram selecionados para participar de um programa de formação de professores no Timor-Leste. Entre os selecionados, está uma cearense, que irá coordenar a equipe de docentes.
Publicado 09/03/2007 16:08 | Editado 04/03/2020 16:37
Uma cearense irá coordenar as atividades de um grupo de docentes brasileiros que vão dar aulas de língua portuguesa no Timor-Leste. Wandelcy Peres Pinto, 53, está entre os 13 profissionais selecionados do Programa de Qualificação de Docente e Ensino de Língua Portuguesa no Timor-Leste, projeto promovido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação (Capes/MEC). O objetivo do projeto é a formação em língua portuguesa de professores em exercício na escola primária no país asiático.
Esta será a segunda vez que Wandelcy participa do projeto. Em 2005, ela foi selecionada para participar de um grupo formado por 48 professores que foram ao Timor-Leste implantar o programa, retornando este ano ao Brasil, em 25 de janeiro. “Na primeira vez, fui pelo desejo de viver essa experiência, esse desafio de implantar o programa. Como minha filha já tem 31 anos, já está com a vida encaminhada, não tive problema de deixar tudo e ir para o Timor-Leste”, conta. “Como já conheço o país, estou bem animada em retornar. É uma experiência muito boa, um desafio por conta dos conflitos que existem lá”, relata.
Wandelcy é formada em Estudos Sociais pela Universidade do Vale do Acaraú (UVA), com especializações em Educação à Distância pela Universidade de Brasília (UNB) e em Informática Educativa pela Universidade Estadual do Ceará. Ela é funcionária da Secretaria da Educação Básica (Seduc), responsável pela formação de professores na área de educação à distância.
Além de um coordenador para as atividades, foram contemplados professores de cinco áreas diferentes: português; sociologia, filosofia, antropologia, história ou geografia; matemática; biologia, física ou química; e pedagogia ou psicologia. Outra cearense, Maria do Carmo Farias Brito, está no cadastro de reserva caso haja desistência de algum candidato.
Segundo o MEC, foram mais de três mil inscrições para o projeto, que terá duração de 12 meses. Neste período, os professores receberão uma bolsa de 1.100 dólares (bolsista) e 2 mil dólares (bolsista coordenador local da atividade). Também serão oferecidos seguro-saúde, auxílio-instalação e transporte aéreo para o Timor-Leste.
O Programa de Qualificação de Docente e Ensino de Língua Portuguesa no Timor-Leste surgiu de um Acordo de Cooperação Educacional entre o governo brasileiro e timorense e foi instituído em 2004, por meio do decreto 5.274, com o objetivo de promover a integração educacional e cultural do Brasil com as nações que adotam o Português como língua oficial.
Descoberto em 1529 pelos portugueses, o Timor é uma ilha que faz parte do arquipélago da Indonésia, localizado no extremo sudeste da Ásia. As únicas fronteiras terrestres que o país tem ligam-no à Indonésia. Sua capital é Díli. Conhecido como Timor Português, foi uma colônia portuguesa até 1975, quando foi invadido pela Indonésia. Porém, permaneceu considerado oficialmente pelas Nações Unidas como território português até 1999. Os idiomas locais são o tetum, baibenu, nídiki e kairu, além do português.
Fonte: O POVO