Projeto tucano que divide a Copasa é aprovado em MG

Colocado em votação em caráter de urgência por pressão do governador Aécio Neves, o projeto de lei 3.374/06, de autoria do próprio governador do Estado, foi aprovado em turno único por votação simbólica. O projeto autoriza a criação de subsidiárias da

    Durante a votação, mesmo alguns dos deputados que votaram a favor do projeto, possuíam alguns questionamentos. “Algumas dúvidas ainda persistem na matéria, mas não tivemos mais tempo” disse um dos deputados da base governista.


 


    O deputado Padre João (PT) levantou um questionamento muito relevante sobre a votação em caráter de urgência. Segundo ele, quase a unanimidade das pessoas que estiveram presentes no ciclo de debates reprovou o projeto, pedindo que o retirassem de regime de urgência e que novos estudos fossem feitos para aprofundar o debate. O deputado diz que é contraditório que o ciclo de debates não seja ouvido, pois representa a posição da comunidade. “Esse  atropelamento do processo pode tirar a legitimidade da casa” afirma Padre João.


 


    Já o deputado Carlin Moura (PCdoB) fez uma analogia perspicaz ao dizer que ''seria o mesmo que criar uma subsidiária da Polícia Militar só para combater os assaltantes de banco''. Carlin disse que  não seria preciso dividir o patrimônio público para atender o Jequitinhonha e o Norte de Minas, já que a Copasa é uma empresa de ponta, dotada de alta tecnologia, com servidores competentes e capaz de realizar grandes investimentos para reduzir o déficit público de saneamento que assola a região norte do estado.


 


    De todos os partidos presentes na Assembléia Legislativa de Minas Gerais, apenas PT e PCdoB votaram contra o projeto.


 


Sindicatos


 


    Apesar da pequena participação dos sindicatos, o pessoal não deixou de fazer barulho. Representantes do Sindicato dos Professores (Sinpro-MG), do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgoto do Estado de Minas Gerais (Sindágua-MG), vaiaram os deputados governistas e aplaudiram a oposição durante os pronunciamentos.


 


    O presidente do Sindágua-MG, José Maria dos Santos, diz que exitem falhas no projeto. “Além de não ter nenhuma proposta de viabilidade, ou qualquer estudo similar, a população também não tem garantias de qualidade na prestação dos serviços”. Após a votação, ele se diz frustrado com atuação dos parlamentares que aprovaram o projeto.


 


    Gilson Reis, presidente do Sinpro-MG, acredita que com a aproximação do capital privado, pode-se ter aumento de custo dos serviços básicos para a população. “A partir de agora existem interesses privados que vão pressionar sempre por um lucro maior, e esse dinheiro vai sair do bolso do povo”.



 


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De Belo Horizonte,


João Paulo Dias