Professores da Unimep entram em greve
Os professores da Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep) conseguiram paralisar todas as unidades da Instituição nesta quinta-feira, dia 15 de março, primeiro dia de greve na Universidade. Apenas as atividades de estágio e atendimento à comunidade (
Publicado 15/03/2007 19:40 | Editado 04/03/2020 17:19
O movimento de paralisação foi decidido durante assembléia realizada no último dia 12, após a análise da nova proposta da Reitoria para solucionar uma crise institucional aberta com a demissão de 148 professores em 7 de dezembro do ano passado. Os alunos, em apoio ao movimento dos professores, decidiram ocupar o Campus Taquaral em Piracicaba e iniciam, a partir do dia 15, o boicote às mensalidades.
As principais reivindicações dos professores são o cumprimento do Estatuto e Regimento da Unimep para a restituição da ordem institucional, e a não redução compulsória e drástica dos salários.
A crise da Unimep teve início no dia 7 de dezembro de 2006, quando a Reitoria numa atitude arbitrária, demitiu 148 professores da universidade, sem justa causa e sem consulta aos Conselhos de Faculdade, como prevê o Estatuto. Desde dezembro, os docentes, representados pelo Sindicato dos Professores de Campinas e Região (Sinpro) e pela Associação dos Docentes da Unimep (Adunimep) vêm negociando para chegar a um acordo com a Reitoria.
Democracia
A Reitoria da Unimep decretou uma espécie de intervenção na Universidade a partir de dezembro e nomeou coordenadores de Cursos e de diretores de Faculdade não escolhidos pela comunidade acadêmica, transformando-os em assessores, extinguiu grupos de área juntou cursos, alterou programas de estágio, entre outros. Além disso, tenta impor uma tabela salarial com redução de 25% nos salários para os professores que migrarem para a nova carreira. Os salários dos professores têm sido pagos parceladamente e sempre com atraso.
O Ministério Público do Trabalho (MPT) de Campinas tentou mediar um acordo entre os professores e o Instituto Educacional Piracicabano (IEP), promovendo ao longo dos últimos três meses, cerca de 10 audiências, a última delas no dia 9 de março, quando não se chegou a nenhum consenso.
Atitudes arbitrárias que ferem a democracia poderão comprometer significativamente a qualidade de ensino. Frente a intransigência da Reitoria em não negociar, na medida em que vincula todas as questões numa única proposta que não poderá ser discutida ou modificada, face ao desrespeito ao Estatuto e aos regimentos, os professores estão em greve, mas sempre dispostos ao diálogo e às efetivas negociações.
Um grupo de professores e alunos da Unimep foi recebido em São Paulo na quinta-feira dia 15, pelo Conselho Episcopal dos Bispos da Igreja Metodista. Eles participaram de uma manifestação com o objetivo de abrir um diálogo direto com a Igreja Metodista para discutir a crise institucional aberta na Unimep desde dezembro.
Valéria Salek, assessora de imprensa do Sindicato dos Professores de Campinas e Região.