Católicas pelo Direito de Decidir questionam posições do papa

Em sua visita ao Brasiul na próxima quarta-feira (9), o papa Bento XVII será recebido com protestos de mulheres em diversas cidades. Elas vão se reunir em frente às igrejas matrizes das capitais e na Catedral da Sé, em São Paulo, para manifestar seu desco

O nome do movimento é uma referência à sua posição a favor da legalização da interrupção voluntária da gravidez. De acordo com a socióloga Dulce Xavier, ativista da organização, elas vão entregar um documento e erguer uma faixa com questionamentos ao papa. Para Dulce, o pontífice não reconhece o poder político das mulheres na Igreja e na família, delegando a elas apenas a tarefa de ser mãe.
Sem poder de decisão dentro da Igreja



“A visão é sempre a de que as mulheres devem estar a serviço da Igreja, mas não existe a menor perspectiva de ordenar as mulheres, que seria o acesso à palavra, o poder de decisão dentro da Igreja”, reclama ela. A Igreja Católica proíbe às mulheres o exercício do sacerdócio.



A ativista também critica a interferência da Igreja no Estado brasileiro. “A Igreja, como não consegue a obediência dos seus fiéis, usa o poder de influência que tem na sociedade para pressionar o Estado a acatar as normas e regras que ela acredita que são importantes, para obrigar toda a população a cumprir, através de uma lei, de uma política pública, o que ela não consegue impor nem para os seus próprios fiéis”, afirma.  Para Dulce Xavier, o Estado brasileiro, por ser laico, deveria respeitar as diferentes expressões religiosas.



Embora reconheça a importância da visita do papa para os católicos brasileiros, a expectativa da militante é que o pontífice reforce o pensamento conservador em relação a diversos assuntos, inclusive sobre as mulheres.



Organização existe no Brasil há 14 anos



O movimento, criado no Brasil em 1993, e ligado à rede internacional Catholics for a Free Choice, se apresenta como “organização não-governamental feminista de caráter ecumênico que busca justiça social e mudança de padrões culturais e religiosos vigentes em nossa sociedade”.



Neste domingo (6), o seu site na internet (http://www.catolicasonline.org.br) reproduz um texto de Dindry Buck que afirma: “A maior autoridade da Igreja Católica no mundo, o papa Bento XVI, chega esse mês no Brasil e a juventude católica, em especial os homossexuais, bradam por uma posição da Igreja em termos de respeito e dignidade para com sua orientação sexual”. A autora é drag queen, jornalista e designer (e católica praticante). Clique aqui para ver o texto.



Da redação, com agências