Em Curitiba, CSC debate atualidade e rumos

Confira artigo de Jefferson Tramontini sobre plenária regional da CSC realizada em Curitiba no último final de semana.

Jefferson Tramontini*


 


            Neste final de semana, 5 e 6 de maio, a Corrente Sindical Classista do Paraná, realizou a primeira de uma série de plenárias regionais. O evento, realizado no SINTRAFUCARB, na capital, reuniu militantes de diversas categorias de Curitiba, região metropolitana e litoral, e contou com a presença do membro da Coordenação Nacional da CSC e vice-presidente nacional da CUT, Wagner Gomes. 


 


Conjuntura


 


            A plenária debateu a conjuntura nacional e internacional e a realidade do movimento sindical. Os classistas paranaenses avaliaram que, apesar do período ainda ser de defensiva, os trabalhadores têm conquistado importantes avanços, em especial na América Latina, com a eleição de governos progressistas e socialistas.


 


            No Brasil, as camadas populares alcançaram uma expressiva vitória com a reeleição de Lula, com um programa claramente desenvolvimentista. O lançamento do PAC é um fato relevante, pois recoloca o Estado como indutor principal do desenvolvimento, contrariando a lógica neoliberal de deixar tudo a cargo do chamado mercado. No entanto, o deslocamento do núcleo de governo para a centro-direita e a manutenção dos pressupostos neoliberais na política econômica, tendem a derrotar o esforço desenvolvimentista dos setores de esquerda do governo e frustrar a vontade popular manifestada nas urnas.


 


            Estes elementos colocam, com cada vez mais importância, a necessidade da disputa vigorosa por um novo projeto nacional de desenvolvimento com valorização do trabalho. 


 


Sindicalismo


 


            Os presentes debateram a realidade do sindicalismo brasileiro e os rumos da CSC. A conclusão é de que atualmente a CUT já não representa um pólo aglutinador das forças progressistas, sendo muitas vezes mera voz do governo no seio da classe trabalhadora, não se diferenciando, na prática, das demais centrais sindicais. Uma vez que a unidade do movimento sindical, mais do que a integração em uma única entidade, passa hoje pela construção de lutas conjuntas no fórum das centrais, os classistas paranaenses debateram a fundação de uma nova alternativa sindical, arregimentando amplos setores do sindicalismo em uma central autônoma e classista, capaz de impulsionar a luta do conjunto dos trabalhadores em busca do socialismo.


 


Formação, comunicação e meio-ambiente



            A plenária ainda iniciou a o debate sobre a política de meio-ambiente para ação dos sindicalistas, criando um grupo de trabalho responsável pela construção de uma plataforma ambiental classista.


 


            No que se refere à formação, o interesse da CSC-PR é constituir, o mais rápido possível, uma sessão do Centro de Estudos Sindicais (CES) no Paraná.


 


            Os classistas paranaenses aproveitaram a plenária para lançar o site da CSC-PR, o www.csc-pr.org, que será, além de um divulgador da política classista, também um orientador para os militantes. Ainda sobre a comunicação, a intenção da CSC-PR é produzir em breve um jornal periódico e inserir entidades na TV Comunitária de Curitiba.


 


            A Corrente Sindical Classista no Paraná cresceu consistentemente no último período e as plenárias têm por objetivo elevar a organização da CSC, unificando os trabalhadores de todas as categorias na luta por um novo projeto de desenvolvimento nacional com valorização do trabalho.


 


 * Jefferson Tramontini é membro da executiva do Sindicato dos Bancários de Curitiba, da direção da CUT-PR e coordenador geral da CSC-PR.