CNTM solidariza-se com os metroviários

A Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM) hipoteca irrestrita solidariedade ao Sindicato dos Metroviários de São Paulo, neste momento difícil que está passando com a demissão de 5 diretores, em função da paralisação realizada por 2 hor

A CNTM espera que o governo do Estado de São Paulo, na figura do governador José Serra, possa ser sensibilizado para que reconsidere e reintegre os diretores demitidos.


 


Com esta atitude estaríamos evitando uma paralisação e fazendo justiça às lutas sindicais. O motivo das paralisações dos metroviários é o combate à Emenda 3, elaborada por um grupo de parlamentares, e barrada por um veto do presidente da República. Mas ainda há congressistas que querem ressuscitá-la em plenário. Isso não pode acontecer.


 


Somos contra a Emenda 3 porque ela proíbe a fiscalização, ampla e efetiva, e a autuação de empresas que usam funcionários que cumprem jornada de segunda a sexta-feira, horário, e estão sujeitos a regras impostas a qualquer trabalhador, mas são contratados como empresários prestadores de serviços. São os chamados PJs, pessoas jurídicas, que não têm registro em carteira e precisam emitir nota fiscal ao receber o salário. Perdem 13º salário, férias, aposentadoria, vale-refeição, vale-transporte, FGTS, licença-maternidade e todos os demais direitos trabalhistas. Além disso, precisam pagar impostos municipais e estaduais, além de outras taxas e despesas.


 


A Emenda 3 quer acabar com os mecanismos que hoje proíbem as empresas de recorrer a essa fraude trabalhista. Se a fiscalização não puder mais multar e exigir que os assalariados sejam tratados como tal, até aqueles que hoje têm registro em carteira serão “convidados” a abrir uma firma e a emitir nota fiscal. Será o fim dos direitos dos trabalhadores brasileiros. Para impedir esse roubo, fizemos manifestações e faremos outras ainda maiores, até que o Congresso Nacional tire definitivamente a Emenda 3 de cena.


 


Evidentemente, que a greve não é boa para ninguém. Nem para o governo, nem para os trabalhadores nem para o sindicato. Ninguém ganha com a greve. Porém, quando se tenta alterar direitos, é a hora da greve. A Companhia do Metrô alerta para o direito de ir e vir, com o qual nós concordamos. Mas quando direitos sagrados, conquistados há décadas com trabalho, suor, prisão e mortes de trabalhadores, são ameaçados, é a hora de pararmos, refletir… e ir à greve.


 


Eleno Bezerra, presidente CNTM e do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo