Mobilização pelo veto da emenda 3 reúne 5 mil em SP
Duas manifestações na avenida Paulista, região central de São Paulo, durante toda esta quarta-feira (23), mobilizaram cerca de 5 mil manifestantes ligados às centrais sindicais, categorias do funcionalismo público, estudantes e movimentos populares.
Publicado 23/05/2007 18:00 | Editado 04/03/2020 17:19
A primeira manifestação ocorreu no final da manhã, em frente à Fiesp, com a participação de cerca de 1.500 pessoas, colocou como centro o veto à emenda 3, embutida na nova lei da Super Receita, que tira o poder de fiscalização de auditores fiscais em empresas que descumprem a lei e os direitos trabalhistas. O presidente Lula vetou a proposta, que deve retornar ao Congresso Nacional.
O presidente nacional da CUT, Artur Henrique falou no carro de som sobre o propósito da atividade em frente da Fiesp:''Estamos em frente à Fiesp pelo simbolismo da campanha ´fiscal não é juiz´, que defende a derrubada do veto. O nosso ato se chama ´trabalhador não é empresa”.
Por volta das 12h00, teve início a assembléia dos trabalhadores do funcionalismo público de São Paulo, que reivindicam além da permanência do veto á Emenda 3, melhorias no projeto de lei da Previdência Estadual, em debate na Assembléia Legislativa, e a campanha salarial 2007, das diversas categorias.
Para a vice-presidente da CUT/SP, Gilda Almeida, o movimento demonstrou folego em defesa do veto da Emenda 3, principal bandeira de luta da mobilização. ''Apesar da intensa chuva a quantidade de pessoas demonstra capacidade de mobilização dos movimentos populares e sindicais em defesa dos direitos trabalhistas. Se preciso, haverá greve geral das diversas categorias, puxadas pelas centrais para proibir a derrubada de veto no Congresso Naciona'', afirmou Gilda, consoante com outras falas do ato.
Por volta das 15h30, cerca de 4 mil manifestantes ocuparam uma faixa da avenida Paulista rumo à assembléia Legislativa. Além do funcionalismo público estadual, participaram da manifestação funcionários federais, estudantes e ativistas populares.
Uma das chamadas do movimento, é o apoio aos estudantes da USP que estão em greve contra a quebra da autonomia das universidades, promovido pelo governo José Serra.
As manifestações fazem parte do dia nacional de lutas organizados pela Coordenação dos Movimentos Sociais (que agrega a UNE, CUT, MST, Conam, MTST, entre outros), Intersindical, Conlutas e outras entidades e movimentos.
Manifestação em todo Estado de São Paulo
Em quatro rodovias paulistas, grupos também promoveram manifestações, pela manhã. As mobilizações fazem parte da jornada de lutas unificada por mudanças na política econômica, contra a emenda 3, as reformas liberais da legislação trabalhista e previdenciária e em defesa de uma reforma agrária anti-latifundiária.
Foram ocupados trechos da Dutra –em São José dos Campos–; da Anhangüera –em Campinas–, da Anchieta e da Cônego Domênico Rangoni –na Baixada Santista. Em Campinas também houve paralisação nas fábricas, como a Bosch, e na Unicamp (veja matéria ao lado).