UBM e entidades elegem sete delegadas para Conferência Estadual
Cerca de 300 mulheres representantes de todas as esferas sociais, índias, negras, sindicalistas, parlamentares, camponesas, integrantes de movimentos religiosos estiveram reunidas nos dias 26 e 27 de
Publicado 29/05/2007 17:23 | Editado 04/03/2020 16:13
Porém, o espaço para debater as políticas públicas femininas transformou-se em um campo de batalha. A realização da II Conferência Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres, coordenada pelo Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, esteve longe de atingir a sua meta.
No dia 26, houve protestos na abertura do evento, em virtude da restrição de participação de algumas entidades, de acordo com os critérios do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (CMDM), embora a Conferência fosse caracterizada como governamental, portanto, aberta para as mulheres da sociedade civil, organizadas em entidades ou não. Isto significou que elas não poderiam receber credenciais, não teriam direito a voto e nem a possibilidade de integrar as delegações.
No segundo dia (27), militantes da UBM, PDT, PSB, Adefa e de associações de bairros protestaram contra o regulamento do evento que não foi discutido em plenária e que diz respeito ao critério da escolha de delegados, do trabalho dos grupos de temáticos, entre outros, como prevê a organização de qualquer conferência.
A coordenadora regional da UBM, Vanja Santos, questiona: “O regimento, em um artigo, amplia a participação de todas as mulheres da sociedade civil organizada; em outro, se contradiz quando restringe só para o movimento de mulheres que o CMDM reconhece”.
Após uma discussão acalorada sobre a votação do regulamento o movimento de mulheres, formado por cerca de 50 pessoas, que cogitava se retirar do evento decidiu permanecer na conferência para disputar a delegação para a conferência estadual que acontece em julho e ter a oportunidade de contribuir no processo de políticas públicas para as mulheres.
“Isso não constrói. Só desestabiliza a luta das mulheres. Ao invés de estimular a nossa participação, o CMDM está cerceando”, ressalta Vanja.
Elas ainda leram um manifesto de repúdio sobre a organização da conferência e o direito de participação restringido. Ao final do evento, a chapa formada pelo grupo conseguiu eleger sete delegadas que irão participar da Conferência Estadual de Políticas Públicas para as Mulheres.
“Caminhar com as diferenças é caminhar com unidade. O movimento de mulheres não está desconectado da luta do movimento social”, frisou Dora Brasil, militante da UBM.
De Manaus,
Cinthia Guimarães