Fidel está próximo de retomar suas tarefas, diz Alarcón

O presidente da Assembléia Nacional do Poder Popular de Cuba, Ricardo Alarcón, disse nesta segunda-feira (28) que o presidente cubano, Fidel Castro, voltará a exercer suas tarefas de um modo que possa “garantir que ele fique mais tempo” à frente de suas r

Castro “continuará tendo grandes responsabilidades, como presidente de Cuba”, disse Alarcón numa entrevista em Havana ao Canal “RCN” da televisão colombiana. Ele esclareceu, no entanto, que espera que o governante de seu país exerça essas funções “de um modo que seja mais congruente com o que é mais importante para ele e para Cuba, que é preservar, garantir que ele passe mais tempo assumindo responsabilidades muito importantes para todo o mundo”.



“Não aconselharia que ele voltasse a fazer três ou quatro discursos por dia, nem percorresse centenas de quilômetros”, acrescentou Alarcón. E sugeriu que Castro “faça seu trabalho um pouco mais pausadamente, como está fazendo agora”.



“Não é o caso de voltar, porque ele nunca saiu”, afirmou o presidente do Legislativo ao comentar os problemas de saúde que o líder cubano enfrenta desde julho do ano passado, quando delegou as funções presidenciais ao seu irmão, Raúl Castro.



Cautela



Alarcón disse que o governo de seu país precisou guardar com “muito cuidado” as notícias relacionadas com o estado de saúde de Castro. Segundo ele, o presidente “já se recuperou muito, está muito bem em sua evolução, e acompanhando o que acontece no mundo e em Cuba, passo a passo”.



Ele disse também que a Cuba após Castro e sua geração será “plenamente independente”, com “cubanos do futuro empenhados em desenvolver, fortalecer, melhorar constantemente uma sociedade baseada em solidariedade, numa ética da solidariedade e igualdade dos seres humanos, um com características próprias”.



“Não haverá uma ruptura drástica entre uma geração que desaparece e outra nova. Tivemos a sorte de resistir com sucesso, sobrevivendo por quase meio século”, previu Alarcón.



O presidente da Assembléia Nacional cubana também comentou a recente libertação nos Estados Unidos do anticastrista Luis Posada Carriles, acusado de terrorismo em Cuba e na Venezuela. Para ele, Washington tem interesse em proteger o cubano naturalizado venezuelano porque deve “saber muitas coisas do presidente George W. Bush e de seu pai (o ex-governante George Bush)”.


“Se esse homem for julgado, inevitavelmente lançará luz sobre a política e os crimes dos Estados Unidos”, disse. “Isso, logicamente, eles vão tentar evitar a todo custo”, completou.


Fonte: Efe