Servidores públicos protestam contra Aécio
A greve unificada organizada pela Coordenação Intersindical do Funcionalismo Público realizou hoje um ato público em Belo Horizonte contra o 'desgoverno' das políticas salariais do governador.
Publicado 31/05/2007 17:32 | Editado 04/03/2020 16:52
A greve geral do funcionalismo público culminou hoje às 15 horas na Praça da Liberdade em uma assembléia unificada. Para mostrar ao governador a indignação dos servidores estaduais contra descaso do estado com seus funcionários, cerca de 3 mil pessoas manifestaram seu repúdio em frente ao Palácio de governo mineiro.
A construção da unidade dos trabalhadores contra o governo estadual serve como ponto de apoio para garantir conquistas para a classe e fazer uma pressão maior em cima da pauta de reivindicações, que apresenta pontos comuns e pontos específicos das categorias. Acontece que assim como na primeira gestão, o governador Aécio tem feito vistas grossas às reivindicações e as negociações não têm avançado.
Centrada em dois eixos prioritários, a pauta de reivindicações unificada pede o reposicionamento por tempo de serviço e escolaridade adicional e a reestruturação do IPSEMG, voltando a valorizar o instituto que é patrimônio dos servidores. Vale lembrar que o estado tem uma dívida de R$ 2 bilhões com o instituto, sendo que todo servidor público tem descontado 3,2% do valor do contra-cheque revertido ao IPSEMG.
O grande impasse do governo no caso do IPSEMG é a arrecadação desse desconto previsto em lei, cerca de R$ 18 milhões que podem deixar de entrar no caixa do estado. São inúmeros os servidores que entraram na justiça para suspender o desconto, alegando que somente quem optar pelo plano de saúde proposto pelo instituto é que deveria ter descontado os 3,2% no contra-cheque.
Educação
A coordenação do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais, Sind-UTE-MG, realizou uma concentração para o ato desde 9 horas da manhã, na praça da Assembléia Legislativa que mais tarde seguiu para a Praça da Liberdade.
Maria Inez Camargos, coordenadora do sind-UTE, afirma que mesmo após ser entregue na reunião com a Secretaria de Estado da Educação, no dia 14 de maio, nenhum avanço aconteceu. “Segundo a secretaria, a maioria dos pontos que discutimos eram para serem discutidos também com a Secretaria de Gestão e Planejamento, que até hoje não nos recebeu e nem se manifestou sobre nossas demandas”.
Maria Inez diz que além de sucatear a educação e a saúde do estado, o governo propaga a experiência dos projetos da escola integral como se abrangesse a totalidade das escolas de Minas, o que não acontece. “A escola integral opera em cerca de 200 das 4 mil escolas públicas do estado, ou seja, atende cerca de 5% dos alunos da rede pública e é divulgado nas propagandas como se abrangesse todas as escolas, e isso não é verdade”.
O governo Aécio é conhecido e criticado por seu grande investimento em propaganda. Dados divulgados por uma reportagem do jornal Folha de São Paulo em 2005, afirmam que o governo havia gastado com publicidade mais que 550% do previsto no orçamento para o ano inteiro, apenas nos dez primeiros meses de governo.