Trabalhadores denunciam repressão a Secretário da Segurança do RS

O deputado Raul Carrion lembrou, durante o encontro, a truculência usada em protestos ocorridos em abril deste ano nas cidades de Caxias do Sul e Farroupilha, na Serra Gaúcha. Em três episódios, manifestações que iniciaram-se pacíficas foram abafadas com violência pela Brigada militar, deixando um saldo de dezenas de feridos e presos.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul e Região, Assis Melo, disse que a liberdade de manifestação dos trabalhadores é um direito democrático, que precisa ser respeitado. “Tivemos grandes manifestações em Caxias nas últimas semanas, todas pacíficas. Não há justificativa para a atitude dos policiais”, enfatizou.

Em Farroupilha, durante protestos contra demissões em uma empresa, um hospital onde os feridos pelo confronto foram levados chegou a ser cercado pela Brigada. Os representantes sindicais denunciaram que há, na região onde houve violência excessiva, relações promíscuas entre a BM e empresas privadas. “Os sindicalistas denunciaram a relação promíscua que há entre a Brigada e o capital relatando casos de soldados prestarem segurança dentro das empresas”, disse Carrion.

O presidente da CUT-RS, Celso Woyciechowski, entregou um ofício a Mallman, no qual alega que os agentes da segurança pública tem feito uso da violência em atos políticos e mobilizações, restringindo o direito de reivindicar e de exercer a cidadania no RS.

O secretário Mallmann recebeu as reivindicações com preocupação e prometeu apurar os fatos. Ele garantiu à comitiva que não é orientação da Secretaria o procedimento adotado durante as reivindicações na Serra. Segundo Carrion, Mallman declarou-se permanentemente aberto ao diálogo.

Participaram ainda da audiência o secretário substituto da Segurança Pública do RS, Ademar Stocker, o presidente da Fecosul, Guiomar Vidor e o presidente da Federação dos Metalúrgicos, Milton Viaro, além de advogados.

Isabela Soares
Assessoria de Imprensa