Governo indiano dá prêmio a Lula por contribuir para a paz

O governo indiano concedeu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva o Prêmio Jawaharlal Nehru, distinção oferecida desde 1965 a grandes personalidades internacionais por sua contribuição para a paz e a aproximação entre os povos. Já foram premiadas pers

Lula se emocionou com o prêmio, levantou a taça como um troféu e falou que considera a Índia um exemplo a ser seguido. “A Índia desponta hoje como uma das mais importantes economias deste século. Oferece ao mundo exemplo de que é possível trilhar o caminho do desenvolvimento autônomo e socialmente eqüitativo”, afirmou.


 


O presidente falou sobre o esforço do governo brasileiro na promoção do crescimento com equidade propôs o aprofundamento da aliança entre Brasil e Índia no combate à pobreza e à exclusão. “Temos que buscar soluções comuns para os desafios que ainda retardam nosso crescimento econômico e progresso social”, disse o presidente.


 


“Podemos reverter, em escala global, os resultados perversos da exclusão social e do combate à fome. Podemos levar esperança e dignidade a milhões de seres humanos em todos os continentes e criar as condições para um mundo mais pacífico e maduro”.


 


Viagem proveitosa


 


Agora à noite, durante jantar em sua homenagem oferecido pelo presidente indiano, Abdul Kalam, Lula reafirmou as similaridades entre Brasil e Índia e a importância da parceria estratégica entre os dois países. Para Lula, a aproximação política das duas democracias emergentes pode beneficiar não só aos povos brasileiro e indiano mas a todo o mundo em desenvolvimento.


 


“Se estivermos unidos, nossa ação será decisiva, porque levaremos aos nossos povos mais desenvolvimento e justiça social e ajudaremos a construir um mundo menos assimétrico e mais solidário”, discursou. “Nossa disposição em assumir crescentes responsabilidades internacionais reflete o compromisso coma  construção de uma ordem internacional mais justa, democrática e pluralista”, disse o presidente.


 


Lula destacou que ainda esta semana Brasil e Índia estarão juntos como convidados da reunião anual do G 8 – o grupo dos sete países mais ricos do mundo, mais a Rússia. Lá, defenderão os interesses das nações em desenvolvimento. “Estamos assegurando que a voz dos países em desenvolvimento seja ouvida em um foro onde se tomam decisões sobre temas cruciais da agenda internacional, como mudança climática, fontes novas e renováveis de energia e financiamento para o desenvolvimento”, afirmou.


 


O presidente também mencionou a liderança do Brasil e da Índia na construção do G20 e na condução da atual rodada de negociações da Organização Mundial do Comércio, a Rodada Doha. “Graças ao trabalho da Índia e do Brasil com nossos parceiros do G 20, os países em desenvolvimento se tornaram interlocutores importantes na OMC. Nossa associação de forças conseguiu alterar, para melhor, a dinâmica das negociações comerciais”, avaliou. Outro exemplo de concertação pollítica, segundo o presidente brasileiro, é o engajamento de Índia e Brasil pela ampliação e democratização do Conselho de Segurança das Nações Unidas.


 


No âmbito das relações bilaterais, ressaltou a necessidade de aprofundar as relações comerciais entre os dois países. “Temos de aprofundar ainda mais nosso empresariado, criar novas oportunidades e encorajar iniciativas que explorem nossas complementaridades”, disse. A meta do governo é quadriplicar o comércio bilateral em 4 anos, passando dos atuais US$ 2,4 bilhões para US$ 10 bilhões em 2010.


 


O banquete no palácio presidencial foi o último compromisso do presidente Lula em Nova Delhi nesta segunda-feira. Antes, no próprio palácio, Lula teve encontro privado com o presidente indiano e cerimônia oficial de cumprimentos com ministros dos dois países. Estavam presentes as três maiores autoridades políticas da Ìndia: o presidente Abdul Kalam, o primeiro-ministro Manmohan Singh e a presidente do Partido do Congresso e líder da aliança que elegeu Singh, Sônia Gandhi.


 


Fonte: Agência Brasil