IIIº ENE: “Acabou a ditadura, mas a luta continua”, diz ex-aluno da UFMG

A importância dos valores da democracia, da liberdade, da preservação da memória e das lições de um tempo que deixou marcas em uma geração reuniu ontem, na Faculdade de Medicina da UFMG.

    Dezenas de ex-estudantes – hoje políticos, economistas, empresários, jornalistas etc – que há exatos 30 anos participaram da tentativa frustrada de realização do III Encontro Nacional dos Estudantes (ENE). As imagens de prisões, da truculência da polícia, da resistência, um mosaico de instantes de um tempo difícil que ficou na memória, foi resgatado em exposição de fotos no saguão da Faculdade de Medicina.


 


    O economista Eduardo Albuquerque (Duda), que era presidente do Diretório Acadêmico (DA), afirmou que o encontro representa uma comemoração do Movimento Estudantil, que, segundo ele, deu uma “pequena, modesta” participação, mas deu a sua contribuição em uma luta muito mais ampla contra a ditadura militar. “É bom encontrar os amigos, amigas. Talvez seja um momento de refletir como que muitas das coisas pelas quais a gente lutava naquele tempo ainda exigem luta hoje. A luta pelas liberdades democráticas não acabou”.


 


    E destaca: “Acabou a ditadura. Temos democracia, a Imprensa circula livremente, ao contrário daquele dia. Isto é importante, mas do ponto de vista da dinâmica econômica do país, do ponto de vista dos problemas sociais, do aprofundamento da democracia, acho que ainda há muito a desejar”. Ex-filiado ao PT, Duda vê necessidade hoje que se busque uma alternativa política. Segundo ele, o PT teria entrado em um “engarrafamento político que existe entre a centro-direita” e a esquerda.


 


    O ex-presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Jânio Bragança, hoje empresário da construção civil em Ibirité e dono de uma empresa de informática, considera este um momento de reflexão sobre um momento importante para a democracia, para a vida das pessoas na luta pela liberdade. Para a professora de História da UFMG Heloísa Starling, é importante para a universidade por evidenciar a importância da democracia e de um acontecimento que interferiu na vida da cidade.


 


Fonte; Jornal Hoje em Dia