PCdoB testa formato inovador para jornal A Classe Operária
Por Priscila Lobregatte
Foi lançado hoje, dia 14, uma edição experimental da Classe Operária como semanário distribuido via internet e impresso descentralizadamente. A iniciativa visa experimentar um novo formato para o jornal,
Publicado 14/06/2007 10:12
“Todos conhecemos a longa crise que A Classe Operária atravessa. Várias tentativas de superação, por diversos motivos, se frustraram. A Classe, patrimônio do nosso partido, hoje não cumpre a contento sua função e sofre críticas do conjunto da militância“, declarou o presidente do PCdoB, Renato Rabelo, em documento enviado aos comitês que participarão da experiência.
O projeto é ousado. Trata-se de um jornal em formato eletrônico feito para ser impresso pelo militante e para ser vendido a preço de custo aos interessados. O objetivo é atingir, através da militância que tem Internet e impressora, aqueles que não dispõem de meios para acessar a rede. Hoje, cerca de apenas 15% da população brasileira acessa a Internet e essa realidade se reflete também nas fileiras comunistas. Como definiu Altamiro Borges, secretário de Comunicação do PCdoB, “é um jornal concebido para ser impresso pelo MCI (Militantes com Impressora) para os MSI, os Sem Impressora”.
Nacional e regional
O projeto gráfico do jornal prevê um total de oito páginas, em formato A4, das quais seis serão feitas pela redação da Classe Operária, em São Paulo. As demais serão destinadas às redações locais, que irão elaborar suas próprias matérias de acordo com a agenda de sua cidade ou estado. “Parece uma idéia engenhosa“, disse o presidente do PCdoB, já que o jornal “tira partido deste patrimônio inestimável, que é o espírito militante dos comunistas, responde aos gargalos da distribuição e das finanças e propõe-se até a periodicidade semanal, pela primeira vez desde 1948“.
Dessa forma, o jornal conseguirá atingir temas nacionais e locais e, ao mesmo tempo, descentralizar sua redação. “A maioria sem-internet precisa de um jornal bom, ágil, vivo e atraente e estruturador, que informe, oriente e fundamente a linha do PCdoB, que conquiste a militância e se transforme em uma necessidade para ela. É este o problema que precisamos resolver“, disse Rabelo.
Com um layout leve e moderno, o semanário será composto por uma reportagem – dividida em série, privilegiando temas importantes da cena nacional e feita com material próprio e com o uso de imagens e infográficos –, editorial, artigo, matérias, notas e charge. O formato pretende oferecer ao leitor uma leitura agradável, atualizada e, ao mesmo tempo, com profundidade de conteúdo e material exclusivo.
Para a fase de teste, que se estende de 14 de junho a 5 de julho, foram escolhidas seis cidades que obrigatoriamente participarão da elaboração das páginas locais e da distribuição do material. Rio de Janeiro, Niterói e Petrópolis (RJ); Guarulhos e Santos (SP) e Betim (MG) serão monitoradas para que a secretaria de Comunicação possa verificar a viabilidade e a aceitação do projeto.
No entanto, a impressão e distribuição do material são liberadas para qualquer pessoa que queira divulgar o jornal. Easte ficará disponível sempre às quintas-feiras, a partir das 10 horas da manhã no endereço www.vermelho.org.br/classeteste.
“É uma proposta original. Nunca foi testada para expor seus méritos e defeitos. Seria, portanto, temerário decretar de antemão que este é o remédio para um problema que se arrasta há muitos anos e tem resistido a numerosas tentativas de superação“, alertou Rabelo. Porém, salientou o dirigente, a intenção é que façamos “uma experimentação séria, empenhada, rigorosa, inclusive no olho crítico coletivo. Vamos engajar nela o conjunto do coletivo partidário das áreas selecionadas e não um setor de ‘especialistas‘. E vamos examinar juntos os resultados. A prática é o critério da verdade. E A Classe Operária vale mil vezes o esforço“.