Metalúrgicos iniciam Congresso votando a tese-guia
Após a abertura, realizada na sexta (15), os 206 delegados e delegadas já credenciados iniciaram o sábado (16) debatendo e votando a tese-guia do 9° Congresso do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e região, realizado na cidade de Louveira/SP. Força ma
Publicado 16/06/2007 12:23 | Editado 04/03/2020 17:19
O texto da Corrente Sindical Classista (CSC) foi apresentado por Tonhão Bico Doce (Polimec) e Giba (Bosch). Nele é feita uma análise da correlação de forças presente nas conjunturas nacional e internacional. O texto denuncia o ataque aos direitos dos trabalhadores, feito sob a ótica do neoliberalismo. “A burguesia quer cada vez mais sangue”, afirma Tonhão. Os trabalhadores classistas reivindicam maior ação da direção sindical na organização dos trabalhadores nos locais de trabalho.
A tese do Conlutas foi apresentada por Freitas (Bosch). Nela também é feita uma análise da situação da classe trabalhadora no mundo. A tese denuncia os ataques do imperialismo norte-americano ao povo do Iraque o patrocínio às ações bélicas contra o povo palestino. O metalúrgico afirma que, no Brasil, o perigo reside nas reformas sindical e trabalhista; pois enquanto o neoliberalismo precariza as relações de trabalho, o governo Lula acata as orientações do FMI, do Banco Mundial e do Bush. Ele afirma que a construção do socialismo “passa pela organização das massas e que é preciso organizar a resistência contra o inimigo dos trabalhadores, o presidente Lula”.
O texto da APS (Ação Popular Socialista), apresentado por Tonhão Brother (Quiminox), aponta os conflitos existentes na América Latina e destaca o delicado momento histórico atual. A resistência do povo mexicano aos ataques imperialistas é apontada como exemplo que reflete esse momento. Para a APS o Brasil vive mais uma década perdida com o governo Lula. A apresentação destacou que as expectativas de um governo que melhorasse as condições de vida do povo, duraram pouco pois o governo dá sinais de seu compromisso com a burguesia enquanto vira as costas para os trabalhadores. “O PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) é mais uma maracutaia que favorece apenas as empreiteiras corruptas”, afirma.
Mané Melato (Associated Spring) apresentou o texto da ASS, afirmando sua abrangência pois trata de tudo, das conjunturas nacional e internacional às necessidades de organização do Sindicato. Mané afirma que os patrões continuam ameaçando os trabalhadores brasileiros; agora afirmando que – para reduzir custos – vão transferir suas fábricas para a China, Índia, ou leste europeu. Ele destaca que as greves dos anos 78/79, que levaram os trabalhadores a conquistas históricas como a CUT e o PT, tiveram uma mudança de rumo a partir dos anos 90, quando o PT passou a adotar uma política de ampliação de alianças que permitiu a flexibilização e precarização das relações de trabalho. “A CUT não serve mais para unificar os trabalhadores, embora nela ainda existam sindicatos que organizam a luta operária”, afirma.
O próximo debate é exatamente sobre a Central Única dos Trabalhadores. A ASS, que articula a criação da Intersindical e o Conlutas defendem que o sindicato saia da central.
De Louveira,
Agildo Nogueira Jr.