Cuba quer participar da reconstrução de Angola

O secretário das Relações Internacionais do Partido Comunista de Cuba (PCC), Fernando Remirez de Estenoz Barciela, disse quinta-feira (5), em Luanda, que o seu país está preparado para participar no processo de reconstrução e desenvolvimento de Angola.

Em Luanda desde quinta-feira para uma estadia de sete dias, Fernando Barciela inaugurou nesse dia uma exposição fotográfica alusiva ao 54º aniversário do assalto ao quartel de Moncada, em 26 de Julho de 1953.



Em declarações à imprensa, o dirigente afirmou que Cuba tem os meios e os técnicos disponíveis para contribuírem no desenvolvimento dos sectores da agricultura, saúde, educação, turismo e indústria.



Questionado sobre o estado de saúde do presidente Fidel Castro, o dirigente cubano afirmou que o mesmo está a recuperar de forma satisfatória, sendo prova disso as recentes reflexões escritas por ele, sobre temas importantes da política internacional.



Informou também que o líder cubano já desempenha algumas funções de estado, pelo que o mais importante é a recuperação do seu estado de saúde.



Explicou ainda que todas as decisões importantes assumidas pelo governo cubano são tomadas após parecer de Fidel Castro que, presentemente, conta com a prestação do segundo secretário do Comitê Central do PCC e primeiro vice-presidente, Raúl Castro, que dirige um grupo de trabalho, em conformidade com a Lei Constitucional do país.



Instado a pronunciar-se sobre as dificuldades econômicas vividas por Cuba nas últimas décadas e quais as saídas encontradas para contornar essa crise, o político caribenho disse que nos anos noventa o país enfrentou uma situação difícil, devido ao desmoronamento do bloco socialista e as mudanças provocadas por essa ruptura.



A título de exemplo, esclareceu que, naquela altura, 85% do comércio e das relações econômicas de Cuba eram mantidas com a antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) que ficaram diluídas a partir daquele período.



“Com essa mudança Cuba registou uma regressão econômica na ordem dos 35% mas graças a firme decisão do seu povo, foi possível salvaguardar o socialismo e os ideais da revolução cubana”, realçou Fernando Remirez.



O dirigente cubano sublinhou que essa fase já foi ultrapassada e hoje o seu país encontra-se numa etapa de desenvolvimento marcada pelo renascimento da economia que em 2006 atingiu um crescimento de 12,5%, a mais alta de toda a América Latina.



O programa da visita do dirigente político cubano inscreve também um encontro com a Associação de Amizade Angola-Cuba e a deposição de uma coroa de flores no monumento ao primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto, no Largo da Independência, em Luanda.