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PC da China quer saber como PCdoB trabalha na juventude

O Partido Comunista da China (PCCh) está interessado em colaborar com o PCdoB em diversas áreas, especialmente da elaboração e formação teóricas. Mas à sua primeira pergunta à delegação de investigação, formada por dez comunistas brasileiros, é: como o PC

A pergunta foi feita em Pequim no jantar desta quarta-feira (11, o fuso horário da capital chinesa é 11 horas à frente do de Brasília) por Cheng Fengxiang, vice-ministro do Departamento Internacional do Comitê Central do PCCh. Ele mostrou admiração quando a chefe da delegação, Socorro Gomes, informou-lhe que entre 30% e 40% dos militantes do PCdoB têm menos de 30 anos de idade.


 


 


Foi quando surgiu a pergunta, já formulada na véspera, em excelente português, por Wanghua, diretor do Birô do mesmo Departamento que trata da América Latina. Como o PCdoB trabalha na frente da juventude?


 


 


 


Manuela explica o papel da UJS


 


Socorro preferiu passar a palavra aos membros mais jovens da delegação. A primeira a falar, Manuela D´Ávila, explicou para os atentos interlocutores chineses o papel dos jovens e em especial do movimento estudantil nas lutas do povo brasileiro; a importância da UNE e da Ubes enquanto escolas de novos militantes; e o trabalho do Partido nesse front, diretamente e através da UJS (União da Suventude Socialista).


 


 


 


Os quadros do PCCh — que cultivam um estilo de trabalho de manter as mentes abertas — dizem que gostariam de aprender com essa experiência. Querem conhecer melhor um movimento capaz de produzir fenômenos como Manuela — que aos 25 anos foi a deputada federal mais votada do Rio Grande do Sul nas eleições de 2006, e agora aparece como alternativa para a prefeitura de Porto Alegre.


 


 


 


Seminário nos 30 anos da reforma chinesa


 


Os dirigentes do Departamento Internacional e também professores da Academia Central do PCCh, com quem a delegação teve contato, desejam estimular a investigação nos dois sentidos — Brasil-China e viceversa. É este o sentido da viagem da delegação.


 


 


 


Levantou-se a possibilidade de promover no Brasil um ciclo de palestras por motivo dos 30 anos do movimento chinês de reforma e abertura, que se completam em 2008. Os visitantes brasileiros avaliaram que seria possível interessar também outras forças políticas do país no estudo do processo que em 29 anos multiplicou por quatro o PIB chinês em apenas 25 anos (1978-2002).


 


 


 


Outra proposta apresentada durante a visita é a de um seminário conjunto com temas latino-americanos: história das idéias marxistas na América Latina, a realidade política regional e um levantamento das diferentes forças de esquerda no continente.


 


 


 


Hua indica pauta do Congresso de 2007


 


Os dez quadros do PCdoB (sete membros do Comitê Central) chegaram a Pequim na terça-feira (10). A viagem de investigação prossegue até o dia 22 e incluirá visitas a Xangai, a grande metrópole emergente da China contemporânea, e Ningxia Hui, região autônoma no noroeste da China, desértica e montanhosa, com grande população muçulmana e um desenvolvimento retardatário em comparação com as prósperas províncias do leste.


 


 


 


A delegação é a primeira que o PCdoB envia à China com o caráter de investigação. A tarefa dos seus integrantes é conhecer em primeira mão a realidade, os logros e também os desafios da China contemporânea e do PCCh, que hoje conta com 72,3 milhões de habitantes.


 


 


 


Em suas exposições sobre a realidade chinesa, os dirigentes e professores do PCCh põem em destaque as questões trazidas pelo recente discurso do presidente Hu Jintao (em 25/6), sobre a pauta do 17o Congresso do PCCh, que se realizará este segundo semestre. Questões como o “desenvolvimento científico da economia” e a “luta por uma sociedade socialista harmoniosa” estão na ordem-do-dia.


 


 


 


De Pequim,
Bernardo Joffily