Servidores da UFC em greve fecham acesso ao Campus do Pici

Cerca de 25 servidores técnico-administrativos pernoitaram ontem no Campus do Pici para garantir o fechamento do local hoje pela manhã, a partir das 7 horas, para servidores, terceirizados e bolsistas. Um grupo maior de integrantes do Comando Local de Gre

A categoria está em greve desde o último dia 28 de maio. Ao todo, os técnico-administrativos estão paralisados em 46 universidades federais brasileiras.


 


Os objetivos são reivindicar a concretização do aprimoramento do plano de carreira da categoria, conquistado em acordo firmado com o governo federal em 2005; lutar contra o Projeto de Lei Complementar (PLP 01/07) que congela os salários dos servidores públicos federais por 10 anos e rejeitar a proposta do Governo de transformar os hospitais universitários (HUs) em fundação estatal de direito privado.


 


O projeto de lei que permite a transformação dos Hospitais Universitários (HUs) em fundação estatal de direito privado foi enviado pelo governo federal ao Congresso Nacional no último dia 12 de julho. Sem debater a proposta com os servidores, nem com os gestores dos hospitais universitários, nem com os reitores das universidades, o governo federal pretende encaminhar ao Congresso Nacional em agosto o projeto de lei que regulamenta a criação da fundação estatal de direito privado.


 


Se aprovada, a iniciativa vai alterar a gestão dos 45 hospitais universitários vinculados às Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes), inclusive o Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC) e a Maternidade-escola Assis Chateaubriand (Meac). Só em 2006, a Meac realizou 5.024 partos e 52.258 consultas. No HUWC, foram 153 mil consultas e cerca de 902 mil exames apenas no ano passado.


 



Essas unidades passariam a funcionar sob a mesma lógica do lucro das instituições de saúde privadas, e com uma forma mais flexível de contratação de pessoal e de serviços, segundo o Ministério da Saúde. No entanto, o modelo de Fundação Estatal não garante dinheiro do orçamento federal para os HUs e abre as portas desses hospitais para parcerias, contratos e convênios. Com isso, a comunidade corre o risco de enfrentar as duplas filas dos convênios privados de saúde e do Sistema Único de Saúde (SUS). Como fundação estatal, essas unidades podem passar a vender serviços para ampliar suas receitas e reduzir o atendimento público.


 


Isto significaria uma diminuição dos espaços de atendimento gratuito à população e poderia prejudicar a formação de profissionais na área da saúde, diminuir a pesquisa e a extensão voltadas para a produção acadêmica e de perfil social, além de comprometer a qualidade do atendimento à população.


 


 


Fonte: Imprensa Sintufc