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Para comunistas, momento pede valorização da CMS

Mais de dez lideranças do PCdoB, que atuam em diferentes entidades dos movimentos sociais, se reuniram nesta terça-feira (24) no Comitê Central do partido. O Fórum Social Nordestino, os protestos previstos para agosto e a campanha pela anulação do leil

“Não há espaço mais qualificado para todas as entidades dos movimentos sociais de alcance nacional do que a CMS”, disse Wander Geraldo, presidente da Confederação Nacional das Associações de Moradores (Conam).


 


Para ele, a CMS reúne entidades que historicamente contribuíram com as grandes lutas do povo – como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), e a União Nacional dos Estudantes (UNE) – e que, no último período, não tergiversou na hora de apoiar o governo – como em agosto de 2005 – e nem na hora de criticar – como na recente manifestação pelo Fora Meirelles em Brasília.


 


“Não há dúvidas de que a unidade que precisamos construir nos movimentos para impulsionar as mudanças no governo Lula passa pela CMS, por isso, temos que fortalecer este espaço nos estados e contribuir na construção de uma agenda comum a todas as entidades”, defendeu.


 


Luciano Rezende, membro do secretariado executivo da Organização Latino-Americana e Caribenha de Estudantes (Oclae), lembrou que o momento é de grande enfrentamento nacional.


 


“Nós vemos a mídia atuando como um partido para desqualificar o governo Lula e vemos um governo com muitas dificuldades de garantir mudanças mais sólidas na política econômica”, disse. “Nessa hora os movimentos sociais precisam estar muito preparados para intervir com mobilização nas ruas.”


 


Neste sentido, Luciano chamou a atenção do PCdoB. “É preciso destacar pessoas qualificadas pelas entidades nos estados e nacionalmente e que levem a sério a CMS, que acompanhem e concretizem a fundo as decisões. O momento exige.”


 


A reunião indicou para apreciação do secretariado do partido a realização de um Seminário dos Movimentos Sociais para este semestre com o objetivo de aprofundar e atualizar o debate entre os comunistas que atuam nas organizações de massa.  


 


Fórum Social Nordestino


 


O Fórum Social Nordestino acontecerá de 2 a 5 de agosto em Salvador, capital da Bahia. Sob o lema “Um outro nordeste é possível” o encontro será um espaço ímpar de articulação dos movimentos para o Fórum Social do Mercosul (FSM), o 2º Fórum Social Brasileiro (FSB), o Fórum Social Mundial (FSM) e a agenda de mobilizações previstas para janeiro de 2008.


 


“No dia 5 de agosto todos os movimentos sociais brasileiros estarão reunidos no Comitê do FSB. É uma agenda muito importante, com a qual os comunistas devem ter uma atenção especial. Estará em pauta os processos dos fóruns de 2008 e 2009 e a agenda de mobilização de rua prevista para janeiro do ano que vem”, alertou Rubens Diniz, do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz).
 


Todas as ações que venham a fortalecer e ampliar a mobilização do Fórum Nordestino devem ser imediatamente realizadas, orientam as lideranças, que vêem no fórum um espaço favorável de articulação da unidade dos movimentos defendida pelos comunistas.


 


As inscrições para o Fórum Nordestino ainda estão abertas e maiores informações podem ser conferidas no sitio do fórum (http://www.forumsocialnordestino.org.br/).  


 


Agosto


 


O mês de agosto contará com uma intensa agenda de protestos. No dia 15, a CUT fará uma manifestação em Brasília por mais direitos, reivindicando, entre outras questões, a manutenção do veto à Emenda 3 e o direito de greve.


 


Já do dia 20 a 24, MST e UNE estarão conjuntamente realizando manifestações em todas as capitais do país. O MST ocupará universidades com os estudantes e no dia 24 haverá mobilização de rua das entidades por mais investimentos na educação, entre outras bandeiras.


 


Simultaneamente, as organizações ligadas às trabalhadoras rurais farão no dia 22 a Marcha das Margaridas em Brasília. As entidades pretendem mobilizar 50 mil trabalhadoras “Contra a Fome, a Pobreza e a Violência Sexista”, lema da Marcha 2007.


 


“Em todas estas mobilizações os militantes comunistas, atuando em suas respectivas entidades, deverão jogar grande peso”, afirmou João Batista Lemos, coordenador nacional da Corrente Sindical Classista (CSC).


 


A Vale é Nossa


 


O Plebiscito pela Anulação do Leilão da Vale do Rio Doce já está a todo vapor. O Comitê da Campanha “A Vale é nossa” divulgou nesta semana materiais impressos e também um vídeo para esclarecer a população o modo obscuro como se deu à privatização da companhia em 1997, durante o governo de FHC.


 


Do dia 1º a 7 de setembro, Semana da Pátria, as entidades esperam envolver milhões de brasileiros no plebiscito e com isso tencionar a Justiça para que julgue as mais de 107 ações que apontam irregularidades no processo de licitação do leilão.


 


O plebiscito também pretende pressionar o governo para que se posicione sobre o tema.


 


Neste sábado (28), as mais diversas entidades que compõem a campanha deverão debater na Apeoesp, na cidade de São Paulo, o formato da cédula. O encontro busca selar a unidade entre os movimentos para que o plebiscito se detenha apenas na questão da anulação do leilão, e não se transforme em uma consulta sobre a avaliação do governo Lula, como defendem alguns setores ligados a Conlutas.


 


“Defendemos que o plebiscito discuta a questão da anulação do leilão da Vale porquê isso é o que permite a mais ampla unidade dos movimentos nesta campanha”, disse Wander.


 


Participaram da reunião lideranças da UNE, Conam, CUT, Oclae, Ceprapaz, CSC, União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), União Brasileira de Mulheres (UBM) e Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG).