ARTIGO: A difícil tarefa de ser Professor
(*) Por Francisco Pantera

* Francisco Batista Pantera é poeta, historiador, professor de História, Filosofia e Sociologia e Secretário Estadual de Movimentos Sociais do PCdoB.

É longa a trajetória para chegar a ser professor. Para ser um educador, o cidadão tem que estudar, no mínimo, onze anos do ensino fundamental e médio e, no mínimo, mais quatro anos no banco de uma universidade, ou seja, parte de uma vida para se dedicar a um oficio. Geralmente a profissão de professor é exercida por homens e mulheres advindas das classes mais baixas da sociedade diante da elitização do ensino superior e da concorrência desleal dos chamados cursos de excelência.


 


Depois de ter percorrido a difícil caminhada e se formar, o professor enfrenta um concurso publico e vai para sala de aula ser o fio condutor da transmissão do conhecimento. O professor é responsável pela formação desde um grande magistrado até a formação de um homem simples do povo. Não tem um só profissional na sociedade que não tenha passado pela mão de um professor.



Trabalhando no serviço publico, o professor tem uma labuta dura, complexa e exaustiva. Atualmente tem se tornado uma das profissões mais ingratas da sociedade. O professor tem uma carga-horária excessiva, salas de aulas superlotadas e tem que conviver com o aumento da violência que invade o ambiente escolar. Às vezes são confundidos como os únicos responsáveis pela formação do caráter do indivíduo.



Os salários são incompatíveis com o seu desempenho profissional, no setor público chega a ser um dos profissionais menos remunerados. A maioria deles vendem sua força de trabalho que mal dá pra sobreviver e não sobra recurso para um melhor aperfeiçoamento do conhecimento, compra de livros, assinar revistas, ter um computador, etc.



Em Rondônia, foram sucessivos governos que com raras exceções deram atenção a esta categoria. O atual governo, juntamente com a Assembléia Legislativa, tiraram direitos já conquistados destes servidores. O governo faz também vistas grossas com relação à reivindicação dos professores e além de não ter um projeto definido para a educação do estado nega a reposição salarial destes trabalhadores. O plano de carreira da educação que está em prática na maioria dos estados do país, aqui está engavetado e trancado com mil chaves.



Cabe a sociedade de nosso estado repudiar o comportamento arrogante e prepotente do poder executivo e legislativo com a educação e, em especial, os professores que não podem ficar humilhados ou de joelhos perante tais agressões. 
O professor nada mais é do que um pai, uma mãe que procura conduzir o seu filho para o exercício de sua cidadania plena. Você pode tirar tudo do ser humano, menos a dignidade de um educador.