Bush e Sarkozy comem hambúrguers em “almoço descontraído”
O chefe da Casa Branca, George W. Bush, recebeu neste sábado (11) o presidente da França, Nicolás Sarkozy, para um “almoço simples e descontraído”, na residência de seus pais em Kennebunkport, Maine. Sarkozy é tido como um pró-americano, e Washington alim
Publicado 11/08/2007 23:05
Bush e Sarkozy comeram cachorros quentes e hambúrguers, “um cardápio típico de piquenique americano”. Enquanto isso, repassaram temas como o Oriente Médio, a instabilidade no Líbano (que até 1945 foi uma dependência colonial francesa), a crise na região sudanesa de Darfur e o papel das Nações Unidas nesses conflitos. Apesar das discordâncias pontuais, Sarkozy manifestou o desejo de colaborar com a Casa Branca em temas de política internacional, entre eles a pressão para desmonjtar o programa de energia atômica do Irã.
“Um homem rejeitado, em fim de carreira…”
O encontro gerou reações na oposição francesa. Pierre Moscovici, do PS (Partido Socialista, social-democrata), observou que Bush “é hoje um homem profundamente rejeitado, em fim de carreira, um 'pato manco' que coabita com um Congresso de maioria democrata”.
“George Bush ainda é presidente, a visita tem lógica, mas é preciso ser lúcido”, observou o secretário de Relações Internacionais do PS, no Journal du Dimanche. “Qualquer antiamericanismo é estúpido, mas qualquer seguidismo também”, agregou. “Seria um pesado erro exibir em relação a ele (Bush) uma amisade ostensiva”, concluiu.
Na França as forças políticas de todo o espectro político-ideológico costumam guardar distância dos EUA. Inclusive a direita francesa, como ficou evidente com a tenaz oposição do ex-presidente Jacques Chirac à invasão e ocupação do Iraque pelo Pentágono. Os observadores políticos acreditam que Sarkozy tende a romper essa tradição, embora cercando-se de cuidados para não afrontar a opinião pública interna.
O presidente francês, que passa férias nos EUA, vestia uma calça jeans combinando com o cardápio do almoço. Ele disse depois do encontro que não houve “acordo sobre tudo”, mas “em uma família podem acontecer desacordos” e “pode-se ser amigos sem estar de acordo sobre tudo”.
Até hoje, Sarkozy e o presidente russo, Vladimir Putin, foram os dois únicos governantes estrangeiros convidados para a residência familiar dos Bush, mais íntima que o rancho no Texas e bem mais que a protocolar Casa Branca. Todo o clã estava presente, inclusive Bush pai e sua esposa, assim como Barbara Bush e as filhas gêmeas do casal presidencial. A esposa de Sarkozy, Cécilia, porém, teve um problema de saúde e telefonou dizendo que não poderia comparecer.
Da redação, com agências