Fed toma medidas para reforçar liquidez bancária nos EUA
O Federal Reserve (Fed, o BC americano) anunciou nesta sexta-feira (17) a liberação de mais US$ 6 bilhões nos mercados dos EUA, a fim de reforçar a liquidez das instituições bancárias.
Publicado 17/08/2007 14:00
Com a ação de hoje o Fed já injetou US$ 94 bilhões no sistema bancário desde o dia 9 deste mês, devido ao temor de que a crise no mercado de hipotecas de risco no país provoque uma corrida de clientes aos bancos para retirada de dinheiro. A medida também pretende evitar que as taxas “overnight” (que remuneram aplicações com taxas de juros diárias) se distanciem muito da meta da taxa básica do Fed, 5,25% ao ano.
As taxas das transações “overnight” vinham subindo devido ao aumento do temor entre os bancos de uma corrida por saques: a retirada maciça de dinheiro poderia comprometer a liquidez e a capacidade de um banco de honrar seus compromissos; com isso, a taxa cobrada para empréstimos de um dia entre os bancos foi pressionada.
Juros
O Fed também reduziu nesta sexta-feira sua taxa de descontos em 0,5 ponto percentual, para 5,75%. A taxa é a utilizada pelo Fed em empréstimo de recursos de curto prazo para bancos com dificuldades financeiras.
Quando a taxa é aumentada, os bancos têm que elevar as taxas que cobram para cobrir o aumento do custo do seu empréstimo. Do mesmo modo, quando a taxa de juro é baixada, os bancos têm a possibilidades de cobrar taxas de juro mais baixas nos seus empréstimos.
“As condições do mercado financeiro se deterioraram e condições mais estritas para concessão de crédito e um aumento da incerteza tem potencial para restringir o crescimento econômico”, informou em comunicado o Fed.
“Nessas circunstâncias, embora os dados recentes sugiram que a economia tenha continuado a se expandir em um ritmo moderado, o Fomc [Comitê Federal de Mercado Aberto, na sigla em inglês, equivalente ao Copom no Brasil] julga que os riscos de baixa ao crescimento cresceram consideravelmente.”
O Fed informou ainda que está preparado para agir como necessário para “atenuar os efeitos adversos sobre a economia surgidos das turbulências nos mercados financeiros.”
A taxa básica do Fed, a dos fundos federais – principal taxa da política monetária norte-americana, que afeta os juros cobrados sobre o crédito a empresas e clientes pelos bancos –, se manteve em 5,25% (patamar em que vem sendo mantida desde o ano passado).
Segundo analistas ouvidos pelo diário americano “The Wall Street Journal”, a decisão é um sinal de que o Fed pode vir a reduzir em breve a taxa básica, se a crise causada pelos problemas no segmento de crédito imobiliário de risco nos EUA se aprofundar.
A Bolsa de Valores de Nova York, que no dia 19 do mês passado fechou pela primeira vez acima dos 14 mil pontos, recuou nesta semana para menos de 13 mil. Na Ásia e na Europa a crise também tem provocado recuos expressivos.
Da redação, com agências