Nota do PCdoB: Construir aliança de centro-esquerda em Goiás

Os setores democráticos obtiveram importante conquista com a vitória eleitoral, política e ideológica de Lula nas eleições presidenciais de 2006. A direita amargou profunda derrota. O PSDB entrou em crise de identidade. O PFL foi obrigado a mudar de nome,

O segundo governo de Lula apresentou à Nação o Programa de Aceleração do Crescimento – PAC – e o Programa de Desenvolvimento da Educação. O eixo da política do governo federal passou a ser o desenvolvimento. Tal orientação conta com apoio do PCdoB. Todavia, o Partido tem mantido uma postura crítica em relação à política de juros altos, elevados superávits primários e câmbio  obrevalorizado, e também em relação a medidas propostas pelo governo federal que engessam os investimentos em recursos humanos, como é o caso do PLP-01, que leva a uma restrição no investimento em recursos humanos e conduz à redução do papel do Estado no desenvolvimento.


 


 


O governo Lula compôs um governo de coalizão com uma ampla base parlamentar, contando com o apoio de onze partidos, com destaque para o PMDB, maior partido da base governista. Diante desse quadro, a oposição conservadora procurou retomar a iniciativa, se  apoiando fortemente na grande mídia monopolizada, que se transformou em verdadeiro partido da direita. Não podendo atacar diretamente o Presidente Lula, vive a fustigar seus aliados mais próximos. No Congresso Nacional, se colocou contra uma reforma política democrática, e foi decisiva para a derrota de medidas capazes de fortalecer os partidos, como o voto em lista preordenada e o financiamento público de campanha. Pregando o retrocesso, a direita quer uma reforma elitista, com a adoção do sistema eleitoral distrital, que privilegia ainda mais o poder econômico, e  o retorno da cláusula de barreira, para sufocar as minorias  e os partidos de perfil ideológico.



 


 


Agora, a nova direita, tendo o PSDB à frente, passou para a ofensiva com o dramático acidente da TAM. Antes de qualquer investigação sobre as causas do acidente, a grande mídia mercantilista e a direita passaram a acusar o Presidente Lula como responsável pelo grave acontecimento. A grande burguesia paulista, aproveitando o clima emocional criado com o fato, lançou o movimento “Cansei” e chegou a realizar uma manifestação pública em São Paulo. A realidade é que as elites brasileiras não aceitam na Presidência da República um operário que adota políticas públicas em favor das camadas mais pobres da população. Por isso, lança mão de um movimento político de caráter golpista e demagógico, que tenta afastar o Presidente ou fragilizá-lo ao ponto de que venha a jogar apenas um papel secundário nas eleições de 2008 e 2010. As forças neoliberais, privatistas, entreguistas e
anti-povo querem voltar ao poder, essa é a mais clara verdade.



 


 


O PCdoB, coerente com sua política, mais uma vez sai em defesa do Presidente Lula, lutando para que seu governo avance ainda mais no sentido atender as reivindicações populares. Aprofundar a política de mudanças é o melhor caminho para consolidar o apoio popular e impedir o avanço da direita.



 


 


Em Goiás, o governador Alcides Rodrigues enfrenta um Estado endividado, com dificuldades até para pagar o salário dos servidores públicos. Anuncia seguidamente corte de investimentos em praticamente todas as áreas. Até o momento, seu governo não apresentou iniciativas de saída da crise financeira herdada do governo anterior e nem medidas concretas para a melhoria da vida do povo. O Governador, que procura se aproximar do Governo Federal, compõe um secretariado com perfil
conservador, com forte influência do senador Marconi Perillo. Fato importante  no curso deste ano foi a constituição do “Fórum de Apoio ao Governo Lula e em defesa do Estado de Goiás”, integrado por 12 partidos. Em contraposição ao Fórum, agem os partido de oposição ao Governo Lula, capitaneados pelo PSDB e PFL/DEM.



 


 


Face à nova conjuntura nacional e de Goiás, o PCdoB modificou sua política de alianças, desde as eleições de 2006.  Rompeu com o Governador Marconi, apoiando no primeiro turno Barbosa Neto, do PSB, e no segundo turno, Maguito Vilela, do PMDB.  A aliança que havia sido firmada com o então Governador Marconi deveu-se ao fato de que ele jogou  um papel de centro na política goiana por algum tempo.  Se articulava com setores de esquerda e, muitas vezes, assumiu a defesa do governo Lula, a partir de 2003. Na etapa final do seu governo, passou  a adotar uma posição mais conservadora, passou a atacar o Governo Federal, e alinhou-se totalmente com a política do PSDB, partido do campo da direita, que faz oposição sistemática ao Governo Lula.



 


 


Por outro lado, o PMDB, que é o principal partido de centro, em nível nacional e também em Goiás, apóia e participa do governo Lula, compondo o campo de mudanças defendido pelo Governo Federal em torno de um Projeto Nacional de Desenvolvimento, com valorização do trabalho e distribuição da renda. Por isso mesmo o PCdoB considera  importante a aliança política com este partido no plano nacional e no estadual.



 


 


O PCdoB defende a construção de uma Frente Política de centro–esquerda em Goiânia e em Goiás, com o PDT, PSB, PT, PMDB, PSC, PMN, PHS e PAN, visando respaldar e aprofundar as mudanças do Governo Lula, constituindo uma sólida base para que o processo mudancista, pelos direitos do povo e contra o neoliberalismo  avance em nosso Estado.
      


 


 


Convicto de que a aliança política que vem dando certo em nível federal pode e deve ser replicada em Goiás, o PCdoB estabelece relações em patamar elevado com o PMDB e outros partidos do campo de
centro e centro-esquerda. Em 2008, o PCdoB estará presente na batalha eleitoral, com seus  candidatos próprios, tanto aos cargos proporcionais como majoritários.



 


 


Os comunistas, que defendem, desde 1922, o socialismo, os direitos dos trabalhadores  e do povo pobre,  a reforma agrária, a soberania da pátria e a democracia, os interesses da juventude estudantil e da intelectualidade progressista, continuam acreditando ser possível um outro mundo, outro Brasil e outro Goiás, de farta produção, de emprego, com valorização dos salários e oportunidades para todos, de solidariedade e justiça social.



 


 


Goiânia, agosto de 2007
A Comissão Política Estadual do Partido Comunista do Brasil em Goiás