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Segundo Tempo transforma filhos de pescadores em atleta

Filho de pescador já nasce peixinho. O ditado popular usado pelos moradores do Morro Jesus de Nazaré, em Vitória (ES), é aplicado ao pé da letra junto aos 550 estudantes do Programa Segundo Tempo desenvolvido no município. Diariamente eles descem o morro

Seja verão ou inverno, a freqüência dos estudantes no núcleo de atendimento é de 100%. Para chegar à sede, os alunos têm duas opções de locomoção: ir a pé ou navegando, de carona com os pais pescadores.


 


Longe do perigo das ruas, eles aprendem também o basquete, o vôlei, a natação, o vôlei de praia e o futsal. “No caso da natação, o aprendizado é apenas um detalhe, pois os alunos, por serem filhos de pescadores praticamente nasceram dentro d`água”, diz Jucely Santos Ribeiro, coordenador geral do Segundo Tempo na parceria com a prefeitura municipal de Vitória. O convênio contempla um total de 7.400 estudantes em 15 núcleos com sedes em clubes, escolas e praças públicas.


 


As crianças são coordenadas pelo preparador físico Jorge Oliveira Soares. O Clube de Regatas cedeu para o Segundo Tempo o tanque de remo e os barcos necessários. “Os alunos usam embarcações canois – barcos-escola que não viram”, explica o educador, ao destacar o diretor de remo do Clube. Claudionor Lung de Oliveira, como um dos maiores incentivadores do projeto.


 


Claudionor, o “Formiga”, é medalhista no Pan-americano de remo em Santo Domingo 2003. Natural do Rio Grande Sul, o ex-atleta serve de inspiração para os futuros talentos do esporte, ministrando palestras cujos temas abordam o Esporte e a Cidadania. Durante esses eventos ele cita a própria história de vida como exemplo de superação.


 


“Quando iniciou a carreira esportiva, Formiga era franzino e pobre. Ainda jovem ele remou no Clube do Flamengo (RJ) e teve que aprender e muito com os colegas remadores. Mas devido a sua grande força de vontade acabou sendo um dos melhores do País”, conta o professor Jorge.


 


Talentos em ascensão


 


Ambos com 16 anos, os estudantes Jacson Araújo e Bruno Abreu foram descobertos no Segundo Tempo no núcleo do Clube de Natação e hoje são atletas do clube, onde estão hospedado. Os jovens atuam, inclusive, como instrutores voluntários do programa.


 


Jacson está confiante de que o remo será uma ponte para conseguir evoluir na vida. “O esporte garantirá minha ascensão profissional e muito sucesso com as amizades”, sonha o jovem promissor. Já Bruno, por sua vez, é atleta nato. Quer ser professor de Educação Física e atleta olímpico. “Estou de olho no campeonato nacional. Treino pesado todos os dias e com muito afinco”, avisa.


 


Fonte: Ministério do Esporte