Luta das mulheres aponta para a evolução das relações sociais
“A realização da 2ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres
é uma importante conquista para estimular a participação popular,
especialmente das mulheres, na elaboração de políticas públicas
necessárias para uma vida cidadã, tornando
Publicado 22/08/2007 21:41 | Editado 04/03/2020 17:12
Rosane considera ser o processo desta conferência um exemplo do
exercício da democracia direta, pois em 600 eventos, envolveu 195 mil
pessoas, a maioria mulheres, em todos os estados e provenientes de
1.267 diferentes municípios. Trazendo todos estes debates em sua força
de representação, mais de 3 mil delegadas à 2ª Conferência discutiram
sobre as políticas governamentais voltadas para as mulheres. Além
disso, puderam avaliar as ações que já vêm acontecendo.
Outro aspecto que Rosane destaca é o espaço de livre manifestação de
opiniões, criado no processo de conferência. “As mulheres, organizadas
em muitos segmentos diferentes, puderam dizer e também mostrar com o
seu jeito, como é esta realidade que desejam ajudar a construir para
si e suas famílias”, relata. Como uma representante dos movimentos
sociais, Rosane Simon diz-se satisfeita com esse avanço da democracia,
mas ressalta que ele deve estar também vinculado à superação das
desigualdades sociais, o que exige a adoção de uma política nacional
de desenvolvimento para o país, focada na soberania, na geração de
emprego e renda, na distribuição da riqueza.
Temas em destaque na 2ª Conferência:
• Poder: equidade e igualdade entre homens e mulheres nos espaços de
poder e na participação política, lutando por uma Reforma Política
democrática que amplie a participação das mulheres.
• Violência: pela implantação em todo o país da Lei Maria da Penha e
ações que coíbam todo tipo de violência contra a mulher e o assédio
sexual no trabalho.
• Saúde: defesa intransigente do SUS; redução de mortes evitáveis,
ampliação do pacto contra a maternidade materna e consolidação do
Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher.
• Direitos Sexuais e Reprodutivos: garantia às mulheres do acesso aos
serviços e informação sobre sexualidade, principalmente às jovens;
pela descriminalização e legalização do aborto.
• Trabalho: Nenhum direito a menos para as mulheres. Garantir os
compromissos assinados nas convenções da Organização Internacional do
Trabalho, promovendo o cumprimento dos direitos adquiridos, sua
fiscalização e ampliação, contra a discriminação no acesso ao emprego
no ambiente de trabalho.
Mateus Junges