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Para FHC, Brasil “é um desastre” pois “tudo fracassou''

O jornalista Paulo Henrique Amorim considerou ''estarrecedoras'' afirmações do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso como  ''no Brasil tudo fracassou'' e ''a parada de 7 de setembro é uma palhaçada'', publicadas por João Moreira Salles na revista <

“Que ninguém se engane: o Brasil é isso mesmo que está aí. A saúde melhorou, a educação melhorou e aos poucos a infra-estrutura se acertará. Mas não vai haver nenhum espetáculo de crescimento, nada que se compare à China ou à Índia. Continuaremos nessa falta de entusiasmo, nesse desânimo.”



“Quais são as instituições que dão coesão à sociedade ? Família, religião, partido, escola. No Brasil, tudo isso fracassou.”



“No meu governo universalizamos o acesso à escola, mas para quê ? O que se ensina ali é um desastre.”



“A única coisa que organiza o Brasil hoje é o mercado. E isso é um desastre.”



“A parada de 7 de setembro é uma palhaçada.”



“Parada militar no Brasil é pobre pra burro. Brasileiro não sabe marchar. Eles sambam … A cada bandeira de regimento a gente tinha que levantar, era um senta levanta infindável. Em setembro venta muito em Brasília e o cabelo fica ao contrário.”



“Os americanos têm os founding fathers … A França tem os ideais da Revolução. Eu disse para os homens de imaginação: olha, a imaginação do povo é igual à estrutura do mito do Lévi-Strauss, ou seja, é binária: existem o bem e o mal. Eu fui eleito Presidente da República porque fiz o bem – no caso, o real. O real já está aí, eu disse. Chega uma hora em que a força dele acaba. O que vamos oferecer no lugar ? Ninguém soube me dar essa resposta. Eu também não soube encontrá-la.”



“Essa coisa de ser brasileiro é quase uma obrigação.”



“O problema do Brasil não é nem o esfacelamento do Estado. É algo anterior: é a falta de cultura cívica.”



“Como eu ia dizendo, é bom ser brasileiro: ninguém dá bola.”



(Ao sobrevoar Little Rock, no Arkansas, terra de Bill Clinton) “Parece o Mato Grosso …” disse com um muxoxo.



(No aeroporto, ao sair da sala de espera dos viajantes de classe “econômica” e se dirigir para a sala reservada aos da classe “executiva”) “E eu sofrendo no meio do povo à toa.”



“Não acredito que o Lula tenha práticas de enriquecimento pessoal… O que há é que ele é um pouco leniente.”



“Já o Lula é o Macunaíma, o brasileiro sem caráter, que se acomoda.”



“O que houve não foi uma ruptura epistemológica no meu projeto intelectual, mas uma ruptura ontológica do mundo… No final da década de 80, não estávamos mais enfrentando teorias, mas a realidade. Olhamos o que existia e estava tudo em pedaços. Estávamos falidos. Fomos forçados a privatizar, não havia outro jeito.”



“Sou mesmo a única oposição, mas estou me lixando para o que o Lula faz. O problema é a continuidade do que foi feito.”



“ … no Governo Sarney. Foi quando começou o loteamento dos cargos … Com o PMDB, o que se loteou foi a máquina do Estado: ministérios, hospitais, todo tipo de órgão, até o mais insignificante, tudo. O Estado desapareceu, virou  patrimônio dos políticos.”



. (Num discurso no Clube de Madri, de ex-presidentes) Passa então a rechear sua fala com a “coesão mecânica” e a “coesão orgânica de Durkheim (mais tarde no táxi: “é o bê-á-bá da sociologia. Olhei em volta, vi que não tinha nenhum sociólogo e mandei ver.”).



“Fiquei cliente do Harry Walker, o mesmo agente do Clinton. Em média me oferecem 40 mil dólares (por palestra); ele fica com 20%… Em Praga, uma vez, como éramos um grupo de palestrantes, não cheguei a falar nem vinte minutos – pagaram 60 mil dólares. O Clinton chega a ganhar 150 mil.”



“Em restaurantes em Buenos Aires sou aplaudido quando entro. É que eu traí os interesses da pátria, então eles me adoram.”! A neta Julia, de 18 anos, balança a cabeça: “Como é que ele diz essas barbaridades …”