Ex-mulher de acusador de Renan diz que marido quer é pensão
Flavia Garcia, ex-mulher do mais recente acusador de Renan Calheiros, o ex-afilhado de casamento Bruno Lins, apareceu hoje pela manhã no Senado. “O Bruno fez isso para me atingir. Estamos em processo de separação litigiosa, e é puro oportunismo para qu
Publicado 04/09/2007 16:39
Bruno Lins virou personagem do caso Renan nas revistas do fim de semana, que publicaram entrevista e depoimento em que ele acusa, sem apresentar uma prova sequer, o ex-sogro, pai de Flavia, Luiz Carlos Garcia Coelho, de montar um esquema de arrecadação para Renan e outros políticos do PMDB em ministérios e outros órgãos comandados por pessoas indicadas pelo partido.
Segundo Flavia, as denúncias são falsas e o ex-marido, que no processo de separação pede 20% do salário da ex-mulher e metade da casa que o pai deu para ela, vinha ameaçando há tempos o ex-sogro. Ela contou ter registrado ocorrência contra Bruno na Delegacia da Mulher no final do ano passado: “Bruno está criando problemas porque eu reconstruí minha vida e estou com outra pessoa”.
A assessora afirma ainda que o ex-marido não tem emprego fixo e nunca pagou pensão para as filhas.
Aceleração
Renan deve enfrentar, amanhã (5), votação no Conselho de Ética do parecer que pede a cassação de seu mandato. De iniciativa dos relatores Renato Casagrande (PSB-ES) e Marisa Serrano (PSDB-MS) –ambos, adversários declarados de Renan–, o relatório aponta oito procedimentos de Renan que caracterizariam quebra de decoro parlamentar, mas nenhum deles aponta fatos concretos. O argumento mais “forte” usado pelos acusadores é o de que o senador teria mentido ao fazer sua defesa.
Os aliados do senador do PMDB de Alagoas incialmente pretendiam levar a questão para Supremo Tribunal Federal (STF), para obrigar o Conselho de Ética a apreciar o relatório sobre ele em votação sigilosa. Mas desistiram da iniciativa em prol da aceleração do caso.
“Não pode haver mais nenhum rito protelatório”, defendeu o senador Tião Viana (PT-AC). Primeiro vice-presidente do Senado Tião Viana vê com cautela a anunciada decisão de PSOL de representar, novamente, contra Renan. Segundo o primeiro vice-presidente do Senado, a nova representação (seria a quarta) – de que o senador do PMDB teria sido favorecido por um esquema de arrecadação de propina nos ministérios comandados pelo PMDB – deve aguardar a votação da primeira apresentada contra ele. “Senão, vamos abrir uma avalanche de denúncias”, alegou. “Se é para investigar, que se abra uma CPI (comissão parlamentar de inquérito) para investigar a tudo e a todos. É preciso uma organização do fluxo de denúncias.”
Defesa
Renan é investigado por suposta quebra de decoro em três processos diferentes. O primeiro deles, que será apreciado quarta-feira pelo conselho, diz respeito à suspeita de que teria as despesas pessoais pagas pelo suposto lobista Cláudio Gontijo, da empreiteira Mendes Júnior. A segunda ação refere-se à acusação de que teria favorecido, politicamente, a cervejaria Schincariol no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e à Receita Federal, após a empresa ter pago R$ 27 milhões pela fábrica de refrigerante pertencente ao irmão dele, o deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL). A terceira denúncia trata da parceria de Renan com o usineiro e ex-deputado João Lyra (PTB-AL) na compra de um jornal diário e duas emissoras de rádio em nome de laranjas. Numa incrível e temerosa inversão do princípios presunção da inocência, em nenhuma das acusações –todas elas feitas através da grande imprensa– foram apresentados quaisquer documentos que pudessem comprovar as denúncias e o presidente do Senado viu-se obrigado a, ele próprio, correr atrás de provas de sua inocência.
O senador Wellington Salgado (PMDB-MG), aliado do senador, prometeu “rebater” item por item o relatório de Casagrande e Marisa. “Foi criada uma imagem de que o senador Renan é um bandido. Isso é mentira”, afirmou. Salgado disse ainda que apresentará um voto em separado porque avalia que o parecer do relator Almeida Lima (PMDB-SE) “não é substancial como deveria ser”. Também aliado do senador peemedebista, Lima defendeu o arquivamento da denúncia que ele atribui, exclusivamente, à perseguição da imprensa.
Da redação,
com informações do Blog dos Blogs