Gabeira nega manobra para abortar CPI da Abril-Telefônica
“Não existe manobra para abortar”, garante o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) sobre o pedido de criação da CPI da Abril-Telefônica. Ele atribui a demora na instalação da comissão à conjuntura. “O próprio presidente (da Câmara, Arlindo Chinaglia) falou qu
Publicado 04/09/2007 21:51
O deputado do PV disse que “outra situação que eu colhi é de que o Psol só participará e aceitará a Comissão depois da solução do caso Renan”. Gabeira conversou longamente com o líder do Psol, deputado Chico Alencar (RJ), que se manifesta favorável à CPI, mas quer aguardar o desfecho do julgamento do presidente do Senado, Renan Calheiros, no Conselho de Ética, o que deve ocorrer nesta quarta-feira (5).
O presidente da Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP), sinalizou para os líderes que o requerimento preenche os requisitos para a sua criação. Mas até agora não se manifestou sobre sua instalação.
“Eu nem avaliei o conteúdo da CPI”, disse Gabeira. Acrescentou que “é passível de avaliar”, mas rejeitou-a desde já porque “nasceu de uma articulação para proteger o Renan Calheiros.
“Não tem sentido participar de uma CPI preparada, articulada pelo Jader Barbalho para defender o Renan, que são duas pessoas que considero adversários políticos não só meus como das idéias que a gente tem sobre a melhoria da ética da política brasileira”.
Gabeira não fez nenhum referência às denúncias de ilegalidade na operação de compra da TVA, do Grupo Abril, pela Telefônica, empresa espanhola. Segundo o requerimento da CPI, a transação prejudicaria a livre concorrência, os direitos do consumidor e a soberania nacional, violando o artigo 7º da Lei do Cabo, de 1995, por transferir para capitais estrangeiros o controle da operadora.
O deputado do PV disse que avalia somente “a conjuntura”. “A esquerda pode achar que está fazendo atividade de esquerda, mas está comprometida com isso. O senador Inácio Arruda é defensor do Renan, e vocês, do PCdoB tem simpatia pela presença do Renan, e nesse particular nós estamos profundamente separados”.
“É a conjuntura, o fato de todo mundo estar associando isso a uma tática de defesa do Renan, uma manipulação para ele poder sobreviver”, finalizou.
De Brasília,
Márcia Xavier