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Partido direitista austríaco usa imagem de Che Guevara

Camisetas da campanha misturam a imagem do líder de extrema direita com a de Che. O lema é 'Che Guevara está morto; viva o Strache'. Mas enquanto os neonazistas austríacos promovem sua propaganda política ironizando Che Guevara, milhares de j

O partido austríaco de extrema direita FPÖ lançou nesta terça-feira (4) uma campanha de propaganda em que usa uma montagem fotográfica do ícone revolucionário Che Guevara. Nas camisetas distribuídas pelo partido há uma estampa do líder do FPÖ, Hans Christian Strache, vestido como Guevara, com a mesma boina imortalizada pelo argentino, logo acima do nome “straCHE”.


 


Na frente da camiseta, foi impressa em letras grandes a frase “FPÖ: vote no partido da liberdade”. O lema da campanha, apresentada numa entrevista coletiva nesta terça-feira (4), é “Che Guevara está morto; viva o Strache”.


 


Segundo explicou à Efe Udo Landbauer, diretor da Juventude do FPÖ, “a idéia é deixar claro que Strache representa uma esperança viva, e não a de alguém morto há tempos”.


 


O jovem político reconheceu o risco de que esta ação possa ser interpretada como uma homenagem do líder de extrema-direita ao revolucionário.


 


“Mas, diante da conhecida postura de Strache, acreditamos que a população saberá diferenciar. Trata-se de chamar a atenção, e ao mesmo tempo se afastar dos jovens de esquerda que se identificam com Guevara. Todos sabem que Strache é radicalmente diferente do Che”, afirmou.


 


Segundo Landbauer, o líder austríaco rejeita qualquer forma de militância, seja ela de direita ou de esquerda. Strache, no entanto, é acusado de ter participado de atos organizados por neonazistas no passado.



40 ANOS SEM CHE



Indiferentes à provoção infanto-imbecil da extrema direita austríaca, admiradores do exemplo de luta de Che Guevara em todo o mundo se preparam para homenagear o líder revolucionário em outubro, quando completam-se 40 anos da morte do guerrilheiro argentino Ernesto Che Guevara, assassinado na Bolívia por agentes militares daquele país, auxiliados pela CIA.


Che Guevara morreu quando tentava formar um foco rebelde para expandir o ideal revolucionário na América Latina. Os restos mortais de Che, nascido na Argentina em 1928, estão desde 1997 na cidade cubana de Santa Clara, localizada a 270 quilômetros ao leste de Havana.



Congresso da Oclae



Entre outras atividades, a Organização Continental Latino-americana de Estudantes (OCLAE) dedicará seu 15º Congresso, a ser realizado em Quito (Equador), em novembro, a Guevara.


O congresso de estudantes ocorre de 12 a 17 de novembro em Quito e reunirá em torno de três mil jovens de 38 organizações que debaterão sobre a luta contra o imperialismo, a guerra e o militarismo.



“O guerrilheiro heróico é sem dúvida uma figura excepcional para os estudantes mundiais e o congresso será um espaço de discussão e aprendizagem sobre sua vida, obra e pensamento para debater como somos e o que nos falta para nos convertermos nesse homem”, disse Luis Arza Valdés, presidente da OCLAE.



Brigada em Cuba


 


Outra atividade importante que está planejada para ocorrer de 1 a 15 de outubro é a brigada internacional de trabalho voluntário “40.º aniversário da morte do guerrilheiro heróico, Ernesto Che Guevara”, organizada pelo Instituto Cubano de Amizade com os Povos.



Integrar a brigada, salienta o instituto, permite “conhecer o nosso país, através dos locais em que Che residiu e do seu legado histórico”, bem como “participar de um intercâmbio fraterno de ideias entre cubanos e amigos de todo o Mundo, sobre temas de actualidade e outros relacionados com Cuba”.



A brigada está organizada de modo a «aproximar os participantes da realidade cubana, por meio das jornadas de trabalho voluntário”, prevendo ainda a participação em atividades que assinalarão os 40 anos da morte de Che, e visitas a “lugares de interesse histórico, cultural e social, tanto na capital, como nas províncias de Villa Clara e de Sancti Spiritus”, a par de debates, conferências e encontros com organizações sociais.



Rota de Che



Consta ainda da extensa programação de homenagens a Che o segundo Encontro Mundial de Che, no estádio Tahuichi Aguillera, em Santa Cruz de la Sierra, Bolívia. No evento, estão previstas as presenças de representantes dos governos de Bolívia, Cuba, Argentina, Venezuela e de várias nações européias, assim como os prêmios Nobel, delegações de universidades, sindicatos, centrais de operários e cantores de renome internacional.


Para viabilizar o acesso dos participantes e incrementar o turismo histórico na região, o governo da Bolivia está construindo o projeto chamado de “Rota de Che”, na região de Vallegrande, na zona tropical do país, onde os restos do revolucionário argentino-cubano foram encontrados.



Os projetos visam estabelecer alojamentos para os turistas que chegam a Vallegrande, e até se avalia a possibilidade de os próprios habitantes da região darem abrigo aos visitantes.



O asfalto das rotas que levam à região é outra prioridade. Hoje em dia, o acesso até Vallegrande é muito difícil.