Danilo Forte – A lição de Minas

A grande lição histórica vem de Minas Gerais, dos tempos distantes da Inconfidência. Quando o povo, submetido e premido pelas expropriações ditadas pela Corte Portuguesa, percebeu a necessidade de construir de forma coesa e solidária suas plataformas

“Se algum dia vocês forem surpreendidos pela injustiça ou pela ingratidão, não deixem de crer na vida, de engrandecê-la pela decência, de construí-la pela trabalho.”
Edson Queiroz


 


Sempre acreditei na democracia. Desde os tempos em que comecei a conviver com as lutas políticas, iniciadas no movimento estudantil. Na época dos chamados anos de chumbo, em plena ditadura militar, enquanto muitos se escondiam ou omitiam suas opiniões, minha crença no regime democrático nunca se abalou, levando-me a defender o que acreditava: a volta do regime democrático. Por isso, sempre estive focado na liberdade, como princípio básico e sustentáculo da organização do povo.


 


Da mesma forma, sempre acreditei e defendi o Estado de Direito como o único caminho capaz de levar à emancipação política da sociedade. Por isso, hoje, acredito e defendo o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem como objetivo maior a inclusão social dos menos favorecidos. E é o que está acontecendo no Brasil, quando todos os índices econômicos mostram, dia após dia, a melhoria de qualidade de vida do nosso povo.



 


Nesse contexto, muito me orgulho em servir a este governo, na condição de presidente de uma instituição como a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), uma dos grandes pilares do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), idealizado pelo Presidente. A Funasa, pelo apoio político e financeiro que vem recebendo do Governo Federal, tem condição – e está trabalhando firmemente para isso – de desenvolver e implementar os projetos de inclusão social dirigidos aos municípios mais carentes, espalhados pelas regiões mais pobres do Brasil, atingidas por uma variedade de doenças endêmicas, originárias, quase sempre, da má qualidade da água. Por isso o saneamento básico é uma das nossas grandes prioridades.



 


No momento em que partimos para construir e consolidar uma política de participação e controle social, respaldada por investimento de tão grande importância, voltada totalmente para o benefício do povo, se faz necessário exorcizar e banir os velhos preconceitos do descrédito em um futuro melhor. E procurar mostrar a cada dia a importância do momento histórico que estamos vivendo. No tocante ao Ceará, muito tem se falado de projetos importantes como a siderúrgica do Pecém, a transposição da bacia do São Francisco, a Ferrovia Transnordestina e a exploração das jazidas de fosfato e antimônio de Itataia. São ações que precisam de uma efetiva mobilização e unidade política de nossos representantes cearenses para serem concretizadas.


 


Acredito firmemente no sucesso do momento histórico em que vivemos. Mas me preocupa a necessidade de o Ceará ficar atento para não perder as oportunidades de crescimento que a cada dia são oferecidas no país. Tudo dependerá de um entendimento maior entre as nossas lideranças. Baseado nessa crença é que sempre procurei me manter aberto ao diálogo, indiferente a raça, cor ou condição econômica de meus interlocutores. Acredito hoje, como sempre acreditei, nas soluções coletivas, que trazem em seu bojo uma lição de compromisso, passada a todos os que participam do processo de construção de uma sociedade mais justa. Por isso as portas da Funasa sempre estiveram e estarão abertas para atender todos os prefeitos e lideranças políticas, que queiram apresentar ou discutir liberação de recursos, para projetos em benefício do povo cearense. Independente de tendência ou cor partidária.


 


Dentro dessa visão, acho que a grande lição histórica vem de Minas Gerais, dos tempos distantes da Inconfidência. Quando o povo, submetido e premido pelas expropriações ditadas pela Corte Portuguesa, percebeu a necessidade de construir de forma coesa e solidária suas plataformas políticas de reivindicações, através das quais mostrou sua força para alcançar os objetivos almejados.


 


 


* Presidente da Fundação Nacional de Saúde – Funasa