Israel mata 2 palestinos enquanto Condoleezza tece elogios
As forças ocupantes de Israel realizaram um novo ataque nesta quinta-feira (20) contra o campo de refugiados de al Bureij, em Gaza, na Palestina. Um adolescente foi morto pelos ocupantes após ter sido esmagado por uma escavadeira do Exército de Israel. El
Publicado 20/09/2007 14:15
Antes do amanhecer, veículos blindados e escavadeiras, apoiados por forças de infantaria e helicópteros, ocuparam até um quilômetro e meio do território de Gaza, segundo testemunhas. De acordo com os relatos palestinos, as tropas israelenses atiraram em quem viram pela frente, após trocarem tiros brevemente com pessoas não identificadas.
Mahmoud Kasasi, de 17 anos, teria sido morto durante este ataque. Fontes médicas não souberam dizer qual foi o envolvimento de Kasasi na ação e se tinha sido baleado antes de ser esmagado, segundo a versão de uma das testemunhas.
Já os oficiais de segurança palestinos afirmaram que o Exército israelense realiza hoje uma segunda invasão no sul da faixa, na altura da cidade de Rafah, na fronteira com o Egito.
As duas operações, tidas pelo Exército como de “rotina”, ocorrem um dia depois de o governo israelense ter definido a faixa de Gaza como “território inimigo” e o Hamas como “organização terrorista”.
A definição é vista pelos palestinos como mero pretexto jurídico para continuar com o genocídio. O governo israelense vai aplicar sanções econômicas ao território, como cortes de eletricidade e do abastecimento de combustíveis no momento que convier.
Ocupação em Nablus
Pelo menos outros dois palestinos do campo de refugiados de al-Ain, em Nablus, foram assassinados hoje em conseqüência da invasão do Exército sionista iniciada na última terça-feira. A agência palestina Maan informou que um deles era deficiente físico.
A secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, em visita à Israel, concordou com a decisão do Estado sionista em criminalizar Gaza, ao mesmo tempo que disse que é preciso “contemplar as necessidades humanitárias”.
A visita de Condoleezza pretende dar impulso à conferência sobre o futuro da Palestina, organizada pelo presidente dos EUA, George W. Bush.
“Não é nenhum segredo que os EUA consideram o Hamas como uma organização terrorista, o mesmo argumento empregado por Israel para declarar Gaza como um “território inimigo”, entoou Condoleezza. “Também para nós Gaza é um território inimigo”, continuou. O Movimento de Resistência Islâmico (Hamas) figura entre as “organizações terroristas” da lista elaborada por Washington.
Condoleezza deu as declarações depois de reunir-se com a ministra das Relações Exteriores de Israel, Tzipi Livni, em Jerusalém.
Depois de mostrar a cara dura, a secretária tratou de mostrar-se “caridosa”, assinalando que os EUA “Não abandonarão os palestinos inocentes em Gaza e colocarão em marcha todos os mecanismos possíveis para responder suas necessidades humanitárias”.
Tzipi, por sua vez, não foi diferente da sua matriz americana: “esperamos que os palestinos compreendam que a segurança israelense também é conveniente a eles. Apoiar o Hamas é não apoiar a si mesmos”, tergiversou, ao lado da sorridente Condoleezza.
Ahmed Tibi, membro do parlamento israelense e representante da comunidade palestina que vive nos territórios ocupados en 1948, declarou que a decisão adotada ontem “é mais um passo no processo de 'liebermanização' que está passando pelo governo de Ehud Olmert.
Avigdor Lieberman é o líder da formação ultra-direitista Yisrael Beiteinu (Israel Nosso Lar, que agrupa os israelenses recentemente emigrados de países da ex-URSS) e se caracteriza por um discurso racista que já chegou a pedir a deportação de todos os árabes.
De Nova York, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, fez um pedido a Israel para que tornasse sem efeito a declaração contra Gaza. “Estou muito preocupado pela decisão adotada hoje (ontem, quarta-feira) pelo governo israelense de declarar a Faixa de Gaza como território inimigo e pela sua intenção proclamada de interromper o forncimento de serviços essenciais, como a eletricidade, ou o combustível para a população civil”, declarou Ban.
“Uma medida desse tipo seria contrária às obrigações de Israel em relação à população
civil, sob a perspectiva do direito humanitário e internacional e dos Direitos Humanos”, observou Ban, que apelou a Israel que reconsiderasse a decisão.
Antes de Israel tomar tal decisão, a Organização Mundial da Saúde (OMS) fez um pedido urgente à 'comunidade internacional” para que fossem enviados medicamentos e material de saúde à Palestina, devido à grave situação em que se encontra.
Da redação, com informações da al-Jazira