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Votação da CPMF adia instalação da CPI da Abril-Telefônica

“A CPI da Abril-Telefônica tem fato determinado, cumpriu o regimento e não há alternativa que a Mesa da Câmara possa adotar para evitar a sua instalação”. A opinião é do deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA), que atribui à votação da prorrogação da CPMF,

Ele admite ainda que “politicamente não interessa a oposição a sua instalação e a oposição está fazendo manobras para evitar a instalação. Esse é o debate que a opinião pública precisa acompanhar”, afirmou o parlamentar.



O parlamentar destaca que sempre existe interesse político nas investigações feitas pelas CPIs. “Quando eles aparecem as posições se alteram. Agora é a oposição que não quer a investigação por que não interessa investigar a operação da Abril-Telefônica que pode levar a uma análise sobre a origem do processo de privatização no Brasil que, em muitos aspectos foi danoso aos interesses públicos, principalmente nessa área de telecomunicações”.



A CPI foi proposta por 182 parlamentares para investigar a operação de venda da TV por Assinatura TVA, da editora Abril, pela Telefônica, “no que diz respeito aos princípios da defesa da livre concorrência, dos direitos do consumidor e da soberania nacional”. 



Disputa política



O parlamentar comunista enfatiza a disputa política nas CPIs e cita o exemplo da CPI dos Aeroportos, chamado de “Apagão Aéreo”, que chega ao seu final sem o resultado esperado pela oposição. “O aproveitamento que a oposição quis fazer no processo de investigação não se concretizou”, enfatizou.



“A CPI do Apagão Aéreo começou com motivação da oposição, que queria responsabilizar esse governo pelos episódios da crise aérea. As investigações foram feitas – foi positivo que se fizessem as investigações – e a conclusão que ela está chegando foi de que múltiplos fatores levaram a esta crise e fatores que se acumularam ao longo do tempo, além de fatores técnicos e falta de previdência das empresas”, avalia Daniel Almeida.



Para o deputado, além das privatizações, a oposição quer evitar a CPI para impedir o debate sobre o papel da grande mídia, que se unificou contra o projeto político que está sendo conduzido no Brasil.



“O que se pretende é evitar que os esses grandes controladores da mídia nacional passem por um processo de investigação e um debate sobre o papel que exerce na sociedade brasileira hoje”, afirma Daniel. “A CPI  pode ser uma canal para esse debate acontecer – a participação da mídia na estrutura de poder político no Brasil hoje”.



De Brasília
Márcia Xavier