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Defecções podem reduzir senadores do DEM de 17 para 11

O senador baiano César Borges, que nesta sexta-feira (28) deixou o oposicionista PFL (hoje DEM) pelo governista PR, pode não ser o único. A agência Reuters cita outros cinco senadores demistas que planejam trocar de legenda, em geral com um olho

César Borges deixou o ex-PFL por ter trombado com o grupo “carlista” (do senador Antonio Carlos Magalhães, morto este ano), agora chefiado pelo ex-governador baiano e presidente estadual da sigla, Paulo Souto. Borges, que pretende disputar a prefeitura de Salvador, não quis ser preterido por nomes como os dos deputados ACM Neto e José Carlos Aleluia.



A lista da Reuters



O ex-pefelista decidiu não mais esperar até o dia 3 para se filiar ao PR. Ele acredita que uma decisão antitroca-troca do Supremo não atingirá os senadores, já que estes são eleitos em votação majoritária.



O senador Romeu Tuma (SP) pode ser o próximo a deixar o DEM. Segundo a Folha Online, ele tem reclamado a amigos que se sente desconfortável na oposição, pois tem uma boa relação com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A nomeação de seu filho Romeu Tuma Júnior para a Secretaria Nacional de Justiça teria agravado esse desconforto.



A lista da Reuters inclui os seguintes nomes que deixariam o DEM, além de Borges e Tuma:
Edison Lobão (MA),
Demóstenes Torres (GO),
Jayme Campos (MT),
Jonas Pinheiro (MT).



Tendência geral é da oposição para a situação



O líder da bancada, senador José Agripino (RN), diz que a lista não passa de “especulação”. Mas reconhece que as “precariedades locais de espaço e o canto da sereia que o governo faz” contribuem para a eventual diáspora.



O desmentido do líder é compreensível. Hoje o DEM tem a segunda maior bancada no Senado, com 17 cadeiras (atrás do PMDB, que tem 19, e à frente do PSDB, 13, e do PT, 12). Caso as defecções se confirmem, a bancada liderada por Agripino se reduzirá em mais de um terço e passará a ser a quarta da Casa, atrás da do PT.



A tendência geral da migração é da oposição para o governo. No PSDB, o senador Flexa Ribeiro (PA), suplente, alega não ter espaço no partido, embora seu futuro ainda seja incerto.  “A opção de mudar de partido é conveniência pessoal. Essa análise tem que considerar as contingências regionais. Ser próximo ou distante do governo é conveniência e iniciativa pessoal”, disse à Reuters o líder do governo na Câmara, José Múcio Monteiro (PTB-PE).



48 horas de revoada de prefeitos?



As trocas de partido não são apenas no sentido da oposição para a situação, mas também de uma sigla da situação para outra. A senadora Patrícia Saboya (CE), que sempre seguiu os passos do ex-marido, Ciro Gomes, deixou o PSB pelo PDT nesta sexta-feira, em busca de uma legenda para disputar a prefeitura de Fortaleza. Seu ex-cunhado, o governador Cid Gomes, do PSB, prometera apoiar a reeleição da prefeita Luizianne Lins (PT).



O prazo final previsto na lei para trocar de partido sem se tornar inelegível em 2008 termina em 5 de outubro, apenas dois dias depois da data prevista para a decisão do STF. Caso a previsão do senador baiano se confirme, o mesmo raciocínio que vale para senadores se aplicaria aos prefeitos, o que tende a provocar 48 horas de revoada de chefes de executivos municipais que desejam tentar a reeleição mas não se sentem à vontade em suas legendas atuais.



Da redação, com agências