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Mianmar: manifestantes falam em 200 mortes em repressão

Oito manifestantes morreram e 42 ficaram feridos por disparos efetuados pelas forças de segurança nas ruas de Rangun, capital de Mianmar, antiga Birmânia,  na tarde de quinta-feira (27), de acordo com a Rádio Pública de Mianmar.

Além dos manifestantes, entre as mortes confirmadas está Kenji Nagai, um repórter fotográfico japonês que foi, segundo testemunhas, vítima de um tiro à queima roupa ao levantar sua máquina para fotografar a manifestação. Segundo o governo de Mianmar, ele tinha 52 anos e possuia visto de turista.



Entre os 42 feridos estão 31 militares das forças de segurança e 11 manifestantes, 10 homens e uma mulher.



As forças de Mianmar voltaram a abrir fogo na manhã de sexta-feira contra os manifestantes que se concentram nas ruas de Rangun. O centro de Rangun, a maior cidade da antiga Birmânia, foi isolado pela polícia anti-motim e pelo exército, que cercaram os principais mosteiros.


O país foi sacudido esta semana por manifestações de monges budistas contra o regime militar que governa o país há décadas.



Manifestantes contradizem as informações da mídia do país, afirmando que o total de vítimas nas manifestações ultrapassa o número de 200 mortes, com mais algumas centenas de feridos.



Agências internacionais, como a al-Jazira, informam que os protestos iniciados pelos monges budistas foram encampados pelos estudantes.



“Algumas pessoas tentam provocar o exército, mas os manifestantes mais velhos tentam acalmá-los e fazem de tudo para que não provoquem os soldados”, diz a agência catariana.



O correspondente também observou que as manifestações parecem ser organizadas. “Pessoas servindo água às outras e medicamentos são bem comuns nas ruas, assim como outras que vigiam as tropas”.



O correspondente também percebeu que as tropas têm gravado e fotografado imagens dos manifestantes. Isso aumentou as especulações de que o regime militar deseja fotografar o máximo de manifestantes nos próximos quatro dias  para depois identificá-los e prendê-los.



As manifestações foram iniciadas após um aumento dos preços de combustíveis em grande escala promovido pelo governo. As ações de rua se transformaram no maior protesto contra o regime militar do país em quase duas décadas.