Educação: SP faz estudante de 3º ano ter aprendizado de 8ª série
Dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) mostram que 43,1% dos estudantes paulistas que concluem o segundo grau têm conhecimento equivalente ao esperado de alunos de 8ª série. O dado se refere aos estudantes que concluíram o 3º ano e fiz
Publicado 01/10/2007 18:41 | Editado 04/03/2020 17:19
Em contrapartida, apenas 25,7% apresentaram o desempenho esperado e outros 15,2% obtiveram pontuação equivalente ao que seria ideal para um aluno de 4ª série do primário. O Saeb avalia estudantes da 4ª e 8ª séries do ensino fundamental e do 3º ano do médio e utiliza uma escala de pontuação para medir o nível de aprendizagem. A pontuação mínima esperada para o estudante de 4ª série é 200 pontos, para o da 8ª o índice é 250, e, para o concluinte do ensino médio, 300 pontos.
Na prática, o estudo demonstra que estão se formando alunos com defasagem de aprendizado, em especial os da rede pública. Os estudantes de escolas particulares apresentaram desempenho 21% melhor que seus colegas das públicas. Para a 8ª séria, a média das particulares foi de 285,8 pontos, maior que os 253,6 dos que estão concluindo o ensino médio (3º ano) numa escola estadual.
Para Thiago Andrade, presidente da União Paulista de Estudantes Secundaristas”a descontinuidade na gestão da educação em São Paulo é fruto da política neoliberal, que trata a educação como serviço, causa danos na formação da juventude e provoca a má qualidade”.
Especialistas ouvidos pelo jornal Folha de S. Paulo apontam que a falta de estímulo para os professores, as más condições de trabalho, a descontinuidade administrativa e “aprovação automática” – como é apelidado o programa progressão continuada do governo do estado – como prováveis razões do mau desempenho.
O presidente da UPES chama a atenção para a necessidade de reformular a política educacional no estado e garantir a participação de outros entes envolvidos, como alunos, conselhos de escola e associações de pais e mestres. “É preciso repensar a educação em São Paulo, a partir de seus métodos e do aperfeiçoamento pedagógico, com participação da comunidade escolar. Assim não dependeremos desse ou daquele secretário”, conclui o líder estudantil.
Com Folha de S. Paulo