Bahia, Sergipe e Minas dão fim a greve na Caixa em todo país
Em assembléias realizadas no final desta quinta (10), Bahia, Sergipe e Minas Gerais deram fim à greve na Caixa Econômica Federal (CEF) em todo o país. Os três estados eram os únicos que ainda permaneceram em greve após a proposta da empresa ter sido aceit
Publicado 11/10/2007 15:51
A proposta da empresa que praticamente deu fim à greve na quarta concedeu reajuste de 6% para os salários e as demais verbas salariais, conforme negociado com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Também o tíquete-alimentação ficou em R$ 323,84 e a cesta-alimentação em R$ 252,36. O valor da 13ª cesta-alimentação, nova conquista da campanha salarial deste ano, é R$ 252,36.
A Participação nos Lucros e Resultados (PLR), proposto pela Caixa, respeitou a reivindicação de isonomia dos trabalhadores e foi justamente este ponto que levou a permanência da greve nos estados. Aqueles sem função receberão R$ 4.100,00 e com função R$ 4.362,84. Caso a empresa obtenha lucro superior a 15% em 2007, serão pagos mais R$ 600,00 linearmente, em março de 2008. A empresa pagará 60% da PLR na folha de outubro e 40% em março do próximo ano. (Veja todas as conquistas da greve abaixo).
“Como a proposta da empresa representou ganho real para cerca de 45 mil trabalhadores que recebem menos de R$ 4 mil, e pouco ou nada de ganho real para os cerca de 30 mil trabalhadores que recebem mais de R$ 4 mil, a greve acabou se estendo até esta quinta na Bahia, Sergipe e Minas. Os gerentes, apoiados por grupos trotskistas que participam do movimento, foram os que defenderam a permanência da greve”, explicou Augusto ao Vermelho.
Na opinião do sindicalista, a greve deve ser comemorada.
“Conseguimos manter a unidade durante praticamente toda a greve que durou 10 dias em todo país, a exceção dos três estados. Obrigamos a empresa a dialogar com os trabalhadores, impedindo que a mesma levasse a frente sua ação de dissídio coletivo na Justiça. Também garantimos que o ponto não fosse cortado em função do movimento e, sobretudo, garantimos importantes vitórias para a maioria dos trabalhadores da empresa, em especial, para aqueles que recebem menos”, comemorou Augusto.
O próximo passo será a ratificação da Convenção Coletiva Nacional de 2007 da categoria bancária que será assinada nesta quinta-feira.
Convenção Coletiva
A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) assinam nesta quinta-feira, às 15h, em São Paulo (SP), a Convenção Coletiva Nacional de Trabalho 2007/2008 da categoria bancária. O documento será formalizado dois meses depois do início das rodadas de negociações da campanha salarial deste ano.
Além da ratificação das conquistas dos trabalhadores da Caixa, a também será feito a ratificação das vitórias obtidas pelos trabalhadores do Banco do Brasil. Porém, a Contraf a direção do BB assinarão o acordo específico sobre a PLR em Brasília (DF).
Veja abaixo quais foram as conquistas da greve na Caixa:
– Reajuste de 6% para os salários e as demais verbas salariais, conforme negociado com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).
– Tíquete-alimentação fica em R$ 323,84 e a cesta-alimentação em R$ 252,36. O valor da 13ª cesta-alimentação, nova conquista da campanha salarial deste ano, é R$ 252,36.
– PLR: empregados sem função (R$ 4.100,00) e empregados com função (R$ 4.362,84). Caso a empresa obtenha lucro superior a 15% em 2007, serão pagos mais R$ 600,00 linearmente, em março de 2008. A empresa pagará 60% da PLR na folha de outubro e 40% em março do próximo ano.
– PCS: unificação das tabelas das carreiras administrativas dos planos pré e pós 98, com inclusão das vantagens pessoais e curva salarial relativa aos R$ 30,00 da campanha salarial de 2004. Migração para a nova tabela será feita por adesão e aproximação salarial. Fica assegurada que não haverá redução salarial. Critério de ascensão – por antiguidade e merecimento, cujos parâmetros serão negociados até 30 de abril de 2008. Parâmetro do valor inicial da nova tabela – nível 101 do PCS de 1998, corrigido pelo índice de 6% da Fenaban. Parâmetro final da nova tabela – referência 95 do PCS de 1989. As negociações do PCS serão iniciadas 30 dias após a assinatura do aditivo à Convenção Coletiva Nacional, com aprovação da proposta até 30 de abril de 2008 e implantação até 1º de julho de 2008.
– Parcelamento de férias em 10 vezes.
– Contratação de três mil empregados até o final de 2007.
– Abertura de concurso público para novas contratações em março de 2008, exceto para São Paulo e Rio de Janeiro.
– Empréstimo consignado pela menor taxa praticada pela Caixa no mercado.
– Inclusão no aditivo da Convenção Coletiva Nacional da garantia de manutenção do Saúde/Caixa aos aposentados pelo INSS em efetivo exercício na Caixa.
– Negociação no prazo de 30 dias para regulamentação do uso da internet.
– Aumento do número de bolsas de incentivo à graduação – de 4.000 para 4.100.
– Pagamento do auxílio-creche na data do nascimento do filho (hoje é pago a partir do terceiro mês).
– Pagamento do tíquete para os novos empregados no mês em que são admitidos, mas desde que a contratação tenha ocorrido até o 15º dia.
– Instituição de 4.000 bolsas para cursos de idiomas (inglês – espanhol – japonês) de até R$ 1.200,00 no ano.
– Conversão em espécie de até 30 dias de licença-prêmio e Apip.
– Reabertura do saldamento do REG/Replan e adesão ao Novo Plano da Funcef.
– Compromisso de transferência dos aposentados do Plano de Melhoria de Proventos e Pensões (PMPP) para a Funcef.
– Não-desconto dos dias parados.