É necessário engajarmos politicamente nossos jovens, afirma Tânia Soares.

 


O cantor do grupo Teatro Mágico, Fernando Anitelli, o cantor pernambucano Silvério Pessoa, a deputada estadual Tânia Soares (PCdoB) e o organizador da Rua da Cultura, Lindemberg Monteiro estiveram na terça-feira, dia dois, no debate “Cul

 


“Nós continuamos com a discussão de juventude e arte. Mas precisamos descentralizar os investimentos, e distribuí-los pelo país inteiro. È nisso que eu acho que podemos contribuir. Ao ganhar fruição a cultura ganha ascensão, e aí podemos assegura-la à juventude” falou a deputada, que abriu o debate. A parlamentar tratou do jovem e sua força transformadora na sociedade.


 


Para Tânia um dos caminhos apontados para mudanças sociais é, no primeiro momento, a perspectiva de formação cultural dos jovens. E para lembrar de ações culturais, a deputada citou a geração da década de 70, como exemplo de contestação das estruturas vigentes na época. O teatro de Arena, Teatro Oficina, de José Celso Martinez, como forma de politização e participação da juventude brasileira.


 


 A deputada esclarece que há um senso comum que faz a sociedade pensar que o jovem é ignorante. Essa tentativa daquilo que ela chama de “pasteurização” é uma das formas de reforçar um conceito de juventude alienada ou juventude problema. E na sua análise, afirma a comunista, a juventude tem papel preponderante na política. Porque a partidarização e politização do jovem é capaz de modificar as estruturas burocratizantes dos partidos e propor renovação e novas concepções de enfrentamento na esfera pública.


 


Nesse ponto, o cantor e compositor Fernando Anitelli concorda com a opinião de Tânia Soares. Ele aponta uma razão da “pasteurização”: uma produção cultural monopolizada no Brasil e endossada pelos meios de comunicação. “A comunicação e a cultura estão diretamente ligadas. Nos últimos anos existe um grande controle na cultura e na mídia brasileira. Se você quer fazer parte desse sistema tem que liberar o jabá”, esclarece o líder do grupo Teatro Mágico.


 


Seguindo o raciocínio, Silvério Pessoa, disse que há homogeneização da cultura. “O projeto neoliberal vê a possibilidade de padronizar o mundo, e agora é que os jovens vêem a heterogeneização. Quanto mais diferente, mais você reafirma a sua cultura”, Silvério que não toca nas rádios de sua cidade, Recife, e vive de música há dez anos.



 
Para o coordenador da Rua da Cultura, Lindemberg Monteiro, o espaço do debate é mais uma demonstração da concepção do projeto da Rua da Cultura. Ele acredita que RDC não é um evento. É uma ocupação de espaço público com idéias positivas. “A missão da RDC se tornou muito maior: agora é também o fomento das atividades artísticas visando à inclusão social e cidadã de jovens e adolescentes na casa custeada pelo Minc e que foi batizada de ´Casa Rua da Cultura’”, encerra o diretor teatral da Companhia Stultífera Navis.