Era digital provoca onda de demissões e fantasmas na mídia
A semana foi de cortes e temores para a mídia multinacional. Em memorando enviado na segunda-feira (15) aos seus 10 mil funcionários mundiais, Randy Falco, presidente executivo da AOL Llc, anunciou um corte de 2 mil empregos de várias divisões. Já a BBC,
Publicado 18/10/2007 19:08
As “justificativas” servem de alerta para o mercado. Para a AOL, trata-se de medida de contenção de custos e reposicionamento estratégico focalizado em três áreas específicas – propaganda, programação e acesso. Publicado por Advertising Age, o e-mail explica que, “como parte do realinhamento, amanhã (terça-feira) iniciamos uma redução da força mundial de trabalho que, nos próximos meses, afetará cerca de 2 mil pessoas de um total de 10 mil”.
Na BBC, alega-se a necessidade de enfrentar a mudança para a era digital. A rede é financiada por um imposto cobrado sobre as residências com televisores na Inglaterra e sustentada para “informar, educar e entreter”. Segundo a corporação, 2,5 mil vagas serão fechadas – mas outros postos serão abertos para criar posições que ofereçam conteúdo “onde e quando” queira a audiência.
“A mídia está se transformando, a audiência está se transformando”, disse o diretor-geral da BBC, Mark Thompson, aos funcionários. O departamento de notícias será o mais afetado pelas mudanças, após quase 4 mil cortes anunciados em 2005. A maior parte dos empregos será fechada antes do prazo de 2012-2013 definido pelo plano. Os funcionários dizem que o clima na BBC está terrível – e os sindicatos, temendo perda de qualidade do conteúdo da rede, têm ameaçado com greves.
Novos tempos
Uma coisa está clara para os executivos da comunicação: o panorama da mídia tem se transformado na última década. A audiência mais jovem passa mais tempo na internet e deixa de lado fontes mais tradicionais como a BBC. O que explicaria, então, a onda de reformulações na AOL?
“Nossa transformação tem apenas um ano e um mês, mas a guinada já foi drástica. Estamos agora em posição de vencer como negócio sustentado por publicidade”, informa o memorando dessa da unidade da Time Warner Inc.
O reposicionamento da AOL já envolveu cinco mil demissões em meados de 2006. No final do ano, o alto escalão também foi atingido: o presidente executivo Jon Miller foi substituído por Falco (ex-veterano da NBC Universal), o que levou à saída de vários outros executivos (inclusive do chefe de programação Jim Bankoff).
Em nova medida do mês passado, diz a AdAge, a AOL anunciou a mudança do seu QG para Nova York e o lançamento da divisão Platform-A, para abrigar todas as suas organizações de venda de publicidade – o que incluiu a AOL, a Advertising.com e as recém-adquiridas Tacoda e Third Screen Media.