EUA vê crescimento desacelerar e inflação se tornar maior
O índice de preços ao consumidor nos EUA registrou em setembro a maior aceleração desde março, ao mesmo tempo em que o Fed (Federal Reserve, BC americano) disse que o crescimento econômico desacelerou desde agosto em cinco das 12 regiões em que a institui
Publicado 18/10/2007 10:06
O IPC teve uma alta de 0,3% em setembro, acumulando um aumento de 2,8% nos últimos 12 meses, segundo dados do Departamento do Trabalho. O núcleo do índice, que exclui os preços voláteis de energia e alimentos, subiu 0,2%, com um acumulado de 2,1% no ano. Esse núcleo é um dos dados acompanhados mais de perto pelo Fed na hora de definir os juros básicos da economia.
Como os preços de energia e alimentos estão subindo e o dólar fraco faz com que as importações fiquem mais caras, o setor corporativo vem, segundo o Fed, repassando os custos para o consumidor. “As pressões competitivas estão levando a aumento dos preços em diversas instâncias, disse o Fed.
Há pressão sobre a autoridade monetária para que não eleve demasiadamente os juros para que não prejudique o crescimento.
Nesta quarta-feira (17), o Fed reconheceu em seu levantamento do estado da economia, no relatório chamado de Livro Bege, que “o ritmo de crescimento desacelerou”.
Esse relatório deve auxiliar na decisão sobre a situação dos juros, durante a reunião do comitê de política monetária da instituição nos dias 30 e 31 deste mês.
No começo da semana, o presidente do Fed, Ben Bernanke, disse ser ainda muito cedo para avaliar se a recessão no mercado imobiliário já afetou o consumo e os gastos de capital. No Livro Bege anterior, divulgado dia 5 de setembro, o Fed avaliava que os efeitos da crise no mercado imobiliário sobre a economia seriam “limitados”.
Os preços de residências e o número de construções continuaram a declinar, segundo o Fed, enquanto as financeiras relataram “uma pequena deterioração na qualidade do crédito”.
Fonte: Valor Econômico