Nova proposta para o jornal A Classe Operária será testada na Bahia
Uma reunião nesta quinta-feira (18/10), na sede do PCdoB/Bahia, em Salvador, marcou o lançamento da fase de testes do novo formato do jornal Classe Operária no estado. Com uma proposta inovadora de distribuição via internet e impressão de formas alte
Publicado 19/10/2007 21:25 | Editado 04/03/2020 16:21
O editor do portal Vermelho e integrante do Comitê Central do PCdoB, Bernardo Joffily veio à Bahia especialmente para apresentar a proposta aos comunistas baianos. Participaram da reunião com o dirigente nacional: o presidente estadual do PCdoB, Péricles de Souza; a secretária estadual de Comunicação do partido, Julieta Palmeira; o presidente do PCdoB de Camaçari e da Federação dos Metalúrgicos da Bahia, Aurino Pedreira; o secretário político do Organismo Especial dos Metalúrgicos e dirigente da Federação dos Metalúrgicos, Hélio Soares; o presidente do PCdoB e o secretário de Comunicação de Itabuna respectivamente, Ramon Cardoso e Luis Carlos Silva Júnior ; e Fernando Udo da Comissão Estadual de Comunicação, entre outros.
O histórico jornal A Classe Operária, fundado em 1925, está prestes a se adaptar às novas tecnologias e assim resolver os seus problemas de distribuição e de recursos. Depois de quatro semanas de testes, entre junho e julho deste ano, em seis cidades do Sudeste, a direção nacional do PCdoB decidiu estender a experiência a outros 13 estados, incluindo a Bahia. A proposta consiste em realizar quatro edições semanais, durante o mês novembro, com conteúdo de caráter nacional, produzido nacionalmente e acrescido de um caderno com conteúdo local. As edições serão disponibilizadas na internet para serem impressas e distribuídas pelos que participam dos testes.
Para Julieta Palmeira, “existe uma preocupação atual na Bahia de como fazer chegar as opiniões do partido especialmente aos municípios onde não há nenhum veiculo de comunicação do PCdoB, muitos deles com Comitê Municipal formado recentemente''.
Abordagens diferentes de uma mesma experiência
Na Bahia, foram escolhidas abordagens com características diferentes respaldadas no caráter de experiência do projeto. Com a colaboração do Comitê Municipal do PCdoB em Itabuna, serão produzidas e distribuídas quatro edições voltadas para o público da região Sul do estado. Durante o mesmo período, sob a responsabilidade do Organismo Especial dos Metalúrgicos será produzido e distribuido edições do jornal voltadas para os trabalhadores e trabalhadoras do complexo auto-motivo da Ford em Camaçari. As duas abordagens se diferem pelo número de leitores, temática e extensão geográfica, o que ajudará no julgamento da proposta.
O crescimento do partido e o crescimento da comunicação
Para as publicações do sul do estado, um dos problemas será a distribuição, devido ao tamanho da região. “Teremos que envolver o conjunto de quadros para fazer com o jornal chegue aos diferentes municípios e localidades”, afirma o presidente do PCdoB de Itabuna, Ramon Cardoso. O crescimento do partido na região, como em todo o estado, além de acentuar a dificuldade de distribuição, é um dos motivadores do fortalecimento da comunicação do PCdoB. “Em pouco tempo, saltamos de 250 para 364 municípios baianos onde o partido está estruturado e isso aumenta a necessidade de comunicação com os novos filiados e filiadas, além da divulgação mais ampla das opiniões do partido”, declarou Julieta Palmeira.
Uma nova classe operária
Na Ford, o desafio é que o jornal atenda as necessidades de uma classe operária jovem e formada recentemente. Segundo dados do Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari, os 10 mil trabalhadores da Ford têm em média 24 anos, sendo que 70% deles são homens e 30% mulheres. Para Aurino Pedreira, está se “gestando uma nova classe operária”, o que por si só implica em uma abordagem comunicacional diferente. “É uma categoria que carece de mais informações políticas e sociais, o que permitirá que os trabalhadores e as trabalhadoras entendam melhor inclusive a relação capital-trabalho”, afirma. Durante o teste se pretende produzir e distribuir, pelo menos, 3 mil exemplares de cada edição da Classe Operária.
Bernardo Joffily, editor do portal Vermelho e um dos idealizadores da nova proposta para a Classe Operária, falou, durante a reunião, da importância histórica da publicação. “É um jornal com 82 anos de existência, com muitos altos e baixos, e com uma trajetória muito importante”. Para ele, o atual projeto tende a atualizar um veículo que tem permanecido em circulação mesmo com as mudanças no país e no mundo e com a crise do jornal impresso. “O projeto tem o mérito de colocar a Classe na crista da onda do século 21 de um modo muito generoso, levando informação às pessoas impedidas de ter internet”, afirma Joffily.
De Salvador,
Rodrigo Rangel