Especialistas debatem o futuro das agências de notícias
As agências de notícias têm um belo futuro desde que saibam se adaptar rapidamente às novidades tecnológicas e a um mercado em plena revolução, afirmaram nesta sexta-feira (26) os participantes do 2º Congresso mundial do ramo.
Publicado 27/10/2007 10:46
Representantes de cerca de 100 agências nacionais e internacionais debateram sua situação e suas perspectivas durante este congresso de três dias em Estepona, sul da Espanha.
Com a turbulência e a confusão características da evolução das mídias, as agências representam mais do que nunca “o esqueleto do sistema mundial de informação”, destacou Claude Erbsen, consultor do grupo de conselho para as mídias Innovation.
Ele lembrou que o mercado tradicional dos jornais continua avançando, apesar das previsões alarmistas, e que as novas publicações, como os jornais gratuitos, são “clientes ideais” para as agências de notícias.
Além disso, a imprensa diária que, como nos Estados Unidos, vem reduzindo seus efetivos ou seus escritórios no exterior, “precisam mais do que nunca das agências, fontes primárias e confiáveis de informação”, acrescentou Erbsen, ex-vice-presidente da agência americana Associated Press.
Internet
A emergência da Internet nos últimos 12 anos é “a melhor coisa que aconteceu para as agências de notícias, abrindo para elas novos e múltiplos mercados à procura de conteúdos”, disse.
A isto soma-se o rápido desenvolvimento dos telefones celulares que oferecem oportunidades ainda maiores do que a internet e um acesso interativo aos clientes via operadoras, indicou Marcel Fenez, especialista em mídia da consultoria Price Waterhouse.
Se querem aproveitar, as agências devem no entanto “mudar e reagir rápido para se adaptar às novas tecnologias de multimídia e à importância crescente da imagem”, disse.
“Os internautas em busca de informação dedicam somente sete minutos em um site a têm tendência cada vez maior a negligenciar o texto”, destacou Simon Gunther, responsável da filial inglesa do grupo italiano Tiscali. “Eles querem fotos e cada vez mais vídeos”, indicou.
Para oferecer novos produtos a estes mercados, as agências terão de “quebrar as paredes de suas salas de redação tradicionais e montar novas redações multimídias integradas”, afirmou Erbsen.
Fonte: AFP