Irã adverte: petróleo vai a US$ 200 em caso de guerra
O governo do Irã advertiu nesta sexta-feira (26) que o preço do petróleo superaria os US$ 200 o barril em caso de um conflito bélico no Golfo Pérsico devido às atividades nucleares do país.
Publicado 27/10/2007 11:16
A advertência foi feita pelo general Yahya Safavi, assessor para Assuntos Militares do líder supremo iraniano, Ali Khamenei, que considerou que esta possível alta é uma das razões pelas quais “a América (Estados Unidos) não pode iniciar uma guerra” contra a República Islâmica.
Safavi, ex-comandante geral da Guarda Revolucionária, não se referiu às novas sanções econômicas americanas ao corpo militar, enquanto acusou os EUA de “tentarem controlar o petróleo da região e vender armas”.
“Aqueles que defendem a guerra e apóiam a estratégia unilateral da América são os donos dos cartéis petrolíferos, incluindo o vice-presidente (americano) Dick Cheney”, disse Safavi.
“Um dos principais objetivos das agressões dos americanos contra o Iraque e Afeganistão foi o controle do petróleo nesta região. (..) Outro objetivo americano é a venda de armas”, ressaltou.
Três razões para não haver guerra
No entanto, o militar iraniano considerou que as atuais “circunstâncias políticas e econômicas da América não capacitam o país a abrir uma nova frente e lançar uma terceira guerra”, após a invasão de Iraque e Afeganistão.
Segundo ele, “a América não pode atacar o Irã por três razões; a primeira é que não sabe como será a reação iraniana, e a segunda é o problema da energia, já que só a América consome quase 25% da energia do mundo, e, em caso de um conflito bélico no Golfo Pérsico, o preço de petróleo superará os US$ 200 o barril”.
“A terceira razão é que a América está preocupada com a situação da entidade sionista (Israel)”, acrescentou Safavi, enquanto acusou os EUA e Israel de ser “a fonte da tensão e o terrorismo de Estado no mundo todo”.
Ele afirmou que “os europeus, incluindo Alemanha e França, assim como as fábricas e a tecnologia britânicas, foram os que colocaram as armas químicas mais complicadas à disposição do regime (do ex-presidente iraquiano) de Saddam Hussein”.
O Irã acusa o regime de Saddam, derrubado em 2003 pela coalizão anglo-americana, de ter utilizado armas químicas em sua guerra contra a República Islâmica (1980-88) e assegura que há pelo menos 45 mil iranianos que ainda sofrem as conseqüências do uso dessas armas.
Fonte: Efe