UJS reforça Parada do Orgulho Gay em Manaus

“Viva a diversidade”. Com esta frase e muita disposição para sepultar a homofobia que a UJS, a União Municipal dos Estudantes Secundaristas (UMES) de Manaus e a União Estadual dos Estudantes (UEE) se aprese

Nascida da vontade de ampliar suas frentes, a participação dos estudantes vai na contra-mão dos que ali se apresentam. Utilizando-se apenas de um trio elétrico, o 9º a desfilar, dois banners e panfletos, a pretensão dos jovens é enfatizar o caráter político da ocasião. “A mídia transformou a parada gay num evento de extravagância. Aparecem em jornais, revistas e televisão só os mais fantasiados. O que queremos é levantar a bandeira contra a homofobia e, quem sabe, daqui para frente pautar a união civil dos homossexuais”, destacou o presidente da UJS no Estado, Bruno Correa.


 


Uma das inquietudes dos jovens é a ausência de ações que levem a conscientização da sociedade. “Ainda que o número de homossexuais nas escolas seja grande, e pesquisas mostram que em algumas até mais da metade dos estudantes se classificam dentro do conceito GLBTT, percebemos muito preconceito”, constata o diretor da UMES e militante da UJS, Diego Lima (20), homossexual assumido há cinco anos. “Daí a importância dessa atividade. Já que a educação familiar ficou muito fraca, é necessário que nós levemos para as escolas essa discussão”, concluiu.


 


A unidade das ações do movimento social é apontado pelo presidente da UMES, Yann Evanovick, como o ponto mais importante da participação da entidade no evento. “Ao levantarmos essa bandeira juntamente com nossas reivindicações tradicionais, estamos quebrando o divisionismo existente na sociedade e lutando contra o mal maior: o capitalismo”, afirmou.


 


Esforço para realizar a atividade


 


Apesar da estrutura mínima com que se apresentarão, a decisão de participar do evento gerou uma intensa movimentação dos jovens. Sem dispor de receita em caixa, os estudantes realizaram diversos pedágios nas principais vias do centro da cidade para levantar fundos a fim de custear as despesas orçadas. Além disso, contaram com a ajuda de alguns sindicatos que doaram parte da quantia necessária.


 


Por conta da organização do próximo congresso da UEE, as atividades nas ruas ficaram sob responsabilidade da direção da UMES. “A ação dos universitários junto aos sindicatos foi fundamental, caso contrário nossa situação estaria pior. Mas os pedágios arrecadaram uma boa quantia e ajudou a integração dos dirigentes secundaristas. Em poucas semanas já estávamos em grande afinidade”, disse Yann, referindo-se aos quase dois meses que o separa de sua posse.


 


Anderson Bahia
UJS/AM