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Na China ou no Brasil, leitores lamentam perda de Edvar Bonotto

Há sete dias, o PCdoB perdia um de seus mais valorosos militantes. O jovem Edvar Bonotto, 42 anos, editor da revista Princípios, professor da Escola Nacional do partido e um dos fundadores do comitê municipal de Chapecó era vencido por uma grave debilidad

As manifestações chegaram à família de Edvar e, em nome de todos, sua irmã Maria Eloni Bonotto, agradeceu. “Desde muito jovem, abraçou com paixão a luta pelo socialismo contagiando toda a família e a todos que tiveram o privilégio de conviver com ele”, recordou. “Só posso reafirmar em nome da família Bonotto e do PCdoB de Chapecó, onde ele começou sua militância, que continuaremos sua luta para sempre”.


 


O sentimento de perda veio de longe. De Xi’an, na China, José Medeiros da Silva lembrou dos momentos em que esteve com o comunista. “Vivi com Edvar momentos intelectuais significativos. Na PUC de São Paulo, nos reencontramos em 1994 e militamos intensamente do Movimento de Pós-Graduação. Graças à sua paciência, ele ajudou decisivamente na minha formação científica e política”. Para ele, Bonotto foi “um exemplo de cientista. Racional, ponderado, aberto às contribuições e contraposições. Em suma, nesse momento tão difícil só posso dizer que o partido perdeu um dos seus principais quadros e que o Brasil perdeu um jovem cientista”.


 


Em São Luís, onde Edvar passou alguns anos de sua vida, Luiz Carlos Cardoso Freire disse que o companheiro era imprescindível. “Grande talento para intervir, discursar, convencer”, lembrou. Os estudantes, disse, “o viam como uma grande liderança” e tornou-se um “pensador marxista-leninista”. Segundo ele, era um “privilégio para o PCdoB e para os comunistas ter um grande teórico e pensador nas nossas fileiras. Que quadro! Eu diria… Que Tela!”.


 


Henrique Trindade, de Olinda, lembrou de seu caráter, dirigindo-se ao comunista. “Sua integridade partidária, Edvar, e a sua capacidade intelectual fizeram de mim seu fã. Um operário das idéias avançadas! Bonotto estará sempre presente nas salas de debates e de formação do marxismo-leninismo que o PCdoB promove, nos corações e mentes”. De acordo com o leitor, “sua contribuição não foi em vão; é semente do socialismo de amanhã!”.


 


Ainda no Nordeste, agora no Rio Grande do Norte, Edvar também deixou marcas. “Bonotto repassava para nós um exemplo de dedicação, com tão profundo conhecimento cientifico e fiel à militância intelectual. Lembro de filmes indicados por ele”, escreveu Jocelin de Lima Bezerra, da cidade de Parnamirim. Por coincidência, recordou,  “no dia 1º de novembro, peguei uma camisa que tenho e leio: ‘Entrepoetas’, livro de três poetas, entre eles José Medeiros e Edvar Bonotto. Visto a camisa e vou para o computador, abro o Vermelho e leio a notícia: ‘morre Edvar Bonotto’”


 


“Tive a oportunidade de conhecer o camarada Edvar em São Paulo, por ocasião das reuniões da Comissão Nacional de Movimentos Sociais. Tive com ele alguns momentos de prosa e fiquei impressionada com a sua simplicidade, pois só bem depois soube de suas atribuições no partido, principalmente na Escola de Formação”, disse Mônica Miranda, do Rio de Janeiro.


 


Em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, Diorge Alceno Konrad e Glaucia Vieira Ramos Konrad, professores do departamento de História da UFSM, consternados com a notícia, escreveram que “sem sabermos o que vinha acontecendo, não há palavras sobre este fato. Que vida esquisita esta que tira nossos camaradas valorosos com tanto ainda para contribuir. Todos sabemos que ele era um dos arrimos da nossa Princípios”.


 


Da capital federal, Apolinário Rebelo, presidente do PCdoB/DF, prestou sua homenagem ao antigo companheiro da União da Juventude Socialista. “É uma perda significativa para o partido. Queria, em nome dos comunistas e dos amigos e amigas do Edvar no Distrito Federal, prestar minha solidariedade à sua família e a todos os camaradas que sentem sua precoce ausência”.


 


Em Taguatinga, Sidney Duarte também lembrou com carinho do camarada que conheceu em Chapecó, em Santa Catarina. “Era incrível sua capacidade de liderar e influenciar pessoas ao seu redor. Estou surpreso com a notícia de seu falecimento. Mas também estou convicto de que, assim como em mim, ele deve ter despertado em tanta gente uma inquietação, que vale a pena carregar”.


 


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