Fundada a nova central sindical em Rondônia
O metalúrgico João Batista Lemos, 54, coordenador nacional da Corrente Sindical Classista (CSC), participou no último fim de semana, em Porto Velho, da criação da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB) de Rondônia, que será filiada à Federaçã
Publicado 03/12/2007 08:24 | Editado 04/03/2020 17:13
O 1º congresso da entidade no estado ocorreu na noite de sábado, 1º, e na manhã de domingo, 2, na sede social do Sintero (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Rondônia), reunindo trabalhadores urbanos e rurais da capital e do interior rondoniense.
Para João Batista, a CTB nasceu grande porque conseguiu agregar segmentos diversos e ramos de atividades em todos os estados do País. “A CTB vem com uma proposta de resgatar um sindicalismo classista democrático e unitário”, afirmou em sua palestra.
Com 34 anos de militância no sindicalismo operário, Batista fez parte do Comando de Greve do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo (ABC Paulista), movimento que projetou nacionalmente o hoje presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, de quem foi companheiro de lutas no final da década de 1970 e início de 1980.
Na tarde de domingo, foi eleita a diretoria provisória da CBT/Rondônia, tendo como coordenador-geral Francisco Batista Pantera. Foram escolhidos, ainda, os delegados que vão representar Rondônia no Congresso Nacional da Central, entre 12 e 14 de dezembro, em Belo Horizonte (MG). São eles: Pantera (Educação), Irlei Creush Baldin (Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Cerejeiras), Francimar Alves de Oliveira (Sindicato dos Servidores Municipais da Saúde, de Porto Velho), Elis Regina Leal (Sindicato dos Servidores Municipais de Porto Velho), Severina Edileuza (Associação dos Camponeses do Estado de Rondônia) e Adelino Ramos (Movimento Camponês Corumbiara).
HIDRELÉTRICAS – A CTB/Rondônia já nasce com bandeiras contundentes. Uma foi exposta na manhã de domingo, 1º, durante o 1º Congresso da central sindical. O vereador e engenheiro Kruger Darwich (PCdoB/Porto Velho) fez a defesa da construção das hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira, mostrando documentos, fotos e imagens de satélite que asseguram que os danos ambientais “serão muito menores do que os contrários ao empreendimento têm propalado” e que eles serão mitigados e compensados por investimentos que beneficiarão ribeirinhos e populações às margens do rio.
Houve várias intervenções dos presentes, que ponderaram a preocupação com a questão ambiental e o impacto demográfico que as obras provocarão à capital que, com seus 380 mil habitantes, deverá receber nos próximos anos um fluxo migratório calculado em 100 mil pessoas.
A assembléia da CTB/Rondônia aprovou que é preciso defender as construções das usinas e do gasoduto. No entanto, uma “Carta dos trabalhadores de Rondônia” ligados à entidade enfatizará a necessidade das empresas concessionárias na construção e exploração dos serviços investirem nas áreas sociais da capital, além da qualificação da mão-de-obra dos rondonienses. O que se teme é que a maioria dos milhares de trabalhadores a serem empregados venha de outros estados brasileiros.
Os estudos que diagnosticam os meios físico (solo, água), biótico (flora, fauna), também versam o aspecto socioeconômico (caracterização e apoio às comunidades locais). Hoje, o parque gerador do Estado de Rondônia conta com uma oferta de aproximadamente 800 MW. Com a construção das usinas de Santo Antônio e Jirau serão mais 6.450 MW colocados no mercado, e com a construção de linhas de transmissão para o Acre, Amazonas e Norte do Mato Grosso será possível a conexão com o Sistema Interligado Brasileiro.
GASODUTO – O engenheiro e ambientalista Rogério Vargas fez uma exposição sobre o Gasoduto Urucu-Porto Velho, cuja construção é defendida pela CTB/Rondônia e Partido Comunista do Brasil que se insere na campanha “Gasoduto Já!”.
Da assessoria