PC dos EUA: 'Depois de Annapolis, pressionar para negociar'
Em análise publicada esta semana em seu site na internet, o Partido Comunista dos Estados Unidos clama a opinião pública internacional a pressionar os Estados envolvidos na última conferência de Annapolis, reunião promovida pelos Estados Unidos com o pret
Publicado 20/12/2007 15:23
''A vasta maioria das pessoas de Israel, Palestina, dos Estados Unidos e do mundo querem que alguma coisa seja feita para trazer a paz e a justiça para Israel e Palestina, e sente que há uma chance de que a Conferência de Annapolis, recém encerrada, possa contribuir para esse objetivo'', começa a análise dos comunistas americanos.
Em seguida, destacando o ceticismo que a maioria das forças progressistas demonstraram em relação à conferência, o partido diz que existem razões cristalinas para questionar os motivos da administração Bush, '' que continua seu caminho de políticas militaristas a favor dos grupos de extrema direita da nossa classe domintante''. O partido critica a administração Bush dizendo que o apoio a regimes reacionários como o da Arábia Saudita e as ameaças contra o Irã servem ''aos que desejam resolver as questões com o uso da força, para impor controle sobre os vastos recursos e a posição estratégica global do Oriente Médio''.
O partido comenta também que, nos sete últimos anos, a Casa Branca não demonstrou vontade aguma em resolver o problema da paz na região. Vai além, afirmando que apesar dos resultados diversos obtidos nos anos 1990, a última administração fez uma mudança drástica ''para o pior rumo''.
Apontando a falta de vontade política do governo Bush, ''que não demonstrou o menor interesse diplomático em resolver essa crise política e humanitária sexagenária e que apenas ''balbuciou'' palavras a respeito de uma solução de ''dois estados'', deu luz verde para a direita de Israel prevenir a criação de um Estado palestino.
''Bush encorajou ativamente os assentamentos ilegais nos territórios ocupados, a instalação de equipamentos militares e a construção ilegal do muro, de torres de vigilância e postos de controle, que fazem uma solução de dois Estados praticamente inviável'', argumenta.
Em relação aos Estados Unidos, o partido afirma que o país paga o preço por essa política. ''Nosso governo fornece cerca de US$ 3 bilhões por ano, o grosso em ajuda militar, para o governo de Israel. Se um tratado de paz fosse obtido, esses bilhões poderiam ser usados para uma ajuda construtiva aos povos da região'', argumentanto também que parte dele poderia ser usada nos próprios EUA, ''em algumas das nossas maiores necessidades''.
O PC reafirma no documento que está convencido de que uma paz entre Israel e Palestina ''é possível e necessária''. ''Jamais haverá um ambiente perfeito para as negociações. Cada atraso, cada dia perdido, serve apenas para o roteiro da direita em Israel, que há muito utiliza a falta de um acordo de paz para criar factóides, a fim de entrincheirar ainda mais o povo palestino''.