Brasileiro vai perdendo medo do desemprego
A queda do desemprego, aferida na última quinta-feira (20) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), não só “surpreendeu o mercado” mas também “tem gerado uma maior confiança das pessoas em relação ao emprego, o que tem sido capturado p
Publicado 23/12/2007 19:56
A pesquisa mensal do IBGE indicou que a taxa de desemprego em novembro atingiu 8,20% da População Economicamente Ativa (PEA). Foi a menor taxa de desemprego na nova série histórica iniciada em 2002. Houve crescimento de 717 mil postos de trabalho na comparação com o mesmo mês no ano passado.
Os números do IBGE e os da CNI
Na comparação com novembro de 2006, foi apurada queda de 12,00% do contingente de desempregados na média das seis regiões em que o IBGE coleta informações. A queda em Porto Alegre foi de 21,3%, em Belo Horizonte de 18,7%, Recife 15,2% e São Paulo 12,2%).
Segundo lembram os economistas do Bradesco citados pela Agência Estado, a taxa de desemprego apurada em novembro surpreendeu o mercado, que trabalhava com uma expectativa de 8,40% a 8,60%, com mediana de 8,50%. “Segundo nossas estimativas, o indicador atingiu a marca de 8,40% com ajuste sazonal, o que representa um recuo em relação aos 8,80% verificados em outubro”, contam os economistas do Bradesco.
O Departamento de Pesquisas do banco, comandado pelo economista carioca Octavio de Barros (que atua também na Fiesp, depois de passar pela febraban), trabalha também com o Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (Inec), formulado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o indicador atingiu em dezembro o menor patamar de toda a série histórica, iniciada em maio de 1996. Segundo a metodologia utilizada, quanto maior for o índice, menor será o medo do desemprego.
Massa salarial e consumo em alta
Ao mesmo tempo, indicam os analistas do Bradesco, a massa salarial continua crescendo em ritmo forte. “Acreditamos que esse movimento pode ser explicado, pelo menos parcialmente, pela elevada base de comparação, favorecida pela forte desaceleração da inflação entre 2005 e 2006, e pelo forte reajuste real do salário mínimo no ano passado (ambos os fatores atuando no sentido de incrementar a massa real), o que se repetiu em menor escala neste ano”, diz o estudo.
Crescem igualmente os rendimentos assistenciais e os provenientes de pensões e aposentadorias. Isso, juntamente com expansão do crédito e o alongamento dos prazos de financiamento, tem desempenhado papel de grande relevância para explicar o aumento do consumo das famílias.
“Em suma, acreditamos que as condições gerais do mercado de trabalho permanecem favoráveis, o que deverá ser mantido ao longo dos próximos meses. Se, por um lado, essa evolução impõe alguns desafios à condução da política monetária no médio prazo, por outro poderá gerar impactos positivos sobre a produtividade do país, uma vez que o emprego formal tem apresentado crescimento expressivo, muito superior ao do emprego sem carteira assinada”, prevêem os economistas do Bradesco.
Com informações da Agestado