Camponeses denunciam: Nafta acabará com feijão mexicano
A Confederação Nacional Camponesa (CNC) do México advertiu neste sábado (22) que a abertura das fronteiras aos produtos procedentes dos Estados Unidos e Canadá, marcada para 1º de janeiro, representará um desastre para os produtores mexicanos. No primeiro
Publicado 23/12/2007 05:07
Os críticos do Nafta se baseiam nos fortes subsídios oficiais e nos recursos técnicos com que contam os produtores das duas economias desenvolvidas, deixando os mexicanos em desvantagem.
A CNC denunciou que, no caso concreto do feijão, segunda lavoura mais importante do México, 570 mil trabalhadores do campo perderão as condições de comercializar sua produção, de cerca de 1,1 milhão de toneladas anuais. Os produtores locais de feijão não poderão competir com os dos EUA e Canadá. O cultivo está condenado a desaparecer, com conseqüências sociais desastrosas, agregou.
A Confederação apontou que os produtores locais de feijão enfrentam grande atraso em matéria de organização, qualificação, infraestrutura, financiamento, comercialização e seguro agrícola, por falta de atenção do Estado para com o campo.
O México é o quinto maior produtor mundial de feijão e o terceiro em superfície plantada — 2,2 milhões de hectares. Outra ameaça ao setor é o contrabando de alimentos. Só o milho e o feijão contrabandeados provocam perdas ao México superiores a US$ 2 bilhões anuais.
O Nafta segue o mesmo modelo que o governo de Washington tentou impor a toda a América Latina através da Alca (Área de Livre Comércio das Américas). Durante a fase de predomínio de governos neoliberais no continente, a Alca chegou a ser aprovada, com previsão de entrar em vigor em 1º de janeiro de 2006. A emergência de governos críticos do neoliberalismo, sobretudo na América do Sul, inviabilizou a implementação daquela que era vista como uma tentativa de recolonização.
Com informações da agência Prensa Latina: http://www.prensa-latina.cu