Morre o escritor francês Julien Cracq
Irreverente, discreto e dono de uma língua mordaz, foram características que distinguiram Julien Cracq, escritor francês morto neste sábado (22), aos 97 anos de idade, em Angers, oeste da França. Autor de O Mar das Sirtes e O castelo de Argol
Publicado 23/12/2007 14:51
Nascido em julho de 1910 em Saint-Florent-le-Viel, Maine-et-Loire, ele preferiu manter um baixo perfil. Achava que um escritor deve ser sempre obscurecido por sua obra.
E de fato o conseguiu. É qualificado como um dos grandes mestres da literatura francesa contemporânea, com 19 obras, inspiradas no romantismo alemão, no surrealismo e no gênero fantástico. Como prova de sua aversão às honrarias, rejeitou em 1951 o Prêmio Goncourt, concedido a O Mar das Sirtes (de 1938) e seu ingresso na Academia Francesa.
Com Um belo tenebroso, Grande liberdade, André Brenton, O rei pescador, até chegar a Entrevistas (2002), completou uma trajetória que incluiu ensaios e obras de teatro.
Em 1936 entrou no Partido Comunista e participou da organização da Frente Popular (breve governo de coalizão socialista-comunista). Mas afastou-se do partido por discordâncias, em 1939, em temas como o pacto de não-agressão Hitler-Stálin.
Prisioneiro durante a 2ª Guerra Mundial, em 1947 obteve uma cadeira de professor universitário de história e geografia, que conservou até se aposentar em 1970.
Fonte: http://www.prensa-latina.cu