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Chávez vincula Operação Emanuel à busca da paz na Colômbia

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, reiterou seu apelo ao governo colombiano e aos guerrilheiros das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), por uma solução que pacifique o país. Se Bolívar e Morillo puderam se reunir e firmar um cessar

A missão internacional mediada por Chávez tomou o nome de Emanuel Rojas, o mais jovem dos prisioneiros: ele tem três anos de idade e nasceu nas selvas colombianas, de uma relação de sua mãe, Clara Rojas, com um guerrilheiro das Farc. Os outros cativos cuja libertação foi oferecida pela guerrilha são a própria Clara, ex-candidata a vice-presidente da Colômbia em 2002, e a ex-parlamentar colombiana Consuelo González de Perdomo.

Um exemplo da história

''Naquele momento, o marechal Antonio José de Sucre foi o articulador da fórmula do armistício e da regularização da guerra. Nas montanhas de Trujillo se encontraram aqueles que se juraram de morte mil vezes e se perseguiram sem descanso durante anos. Ponhamos o coração à frente e busquemos a paz sem fuzis'', disse Chávez.

O presidente bolivariano se referia ao Tratado de armistício de 1820, entre seu inspirador, o herói libertador Simón Bolívar (1783-1830), e o general espanhol Pablo Morillo (1775-1837), que comandava as tropas colonialistas. Alvaro Uribe, presidente da Colômbia, tenta desde 2002 impor uma solução militar para o conflito armado. Manuel Marulanda, o Tirofijo (''tiro certeiro''), é o comandante das Farc, que ajudou a fundar em 1966.

Chávez afirmou que a busca da paz na Colômbia é indispensável à construção de uma sociedade latino-americana que avance rumo ao ideal bolivariano da maior soma de felicidade possível. ''Sua violência desagregadora atinge também a nós'', disse Chávez sobre o conflito interno colombiano que data do ''Bogotazo'' de 1948.

''É hora de enxergarmos o problema''

''A América Latina tem estado de costas para o problema da Colômbia, para não ferir sucetibilidades ou às vezes devido a pressões dos Estados Unidos. Creio que já é hora de enxergarmos e respeitarmos o problema'', disse Chávez. Ele defendeu um processo de paz, afirmando que ele ''é um problema de todos e todos nós da América Latina estamos trabalhando para solucioná-lo''. A administração dos Estados Unidos dá assessoria militar e financiamento ao esforço de guerra de Uribe, através do Plano Colômbia, enquanto países latino-americanos — inclusive o Brasil — tiveram negados os seus oferecimentos de mediação de uma solução política para o coinflito.

As declarações de Chávez foram feitas numa base aérea do estado venezuelano de Táchira, próximo da fronteira com a Colômbia. Dali partiram na tarde de sexta-feira os helicópteros que deram início à Operação Emanuel. A decisão de libertar os três prisioneiros foi tomada unilateralmente pelas Farc, em desagravo a Chávez e à senadora colombiana Piedad Cordoba, depois que estes foram desautorizados por Uribe em sua missão de mediar um acordo humanitário de troca de prisioneiros entre o governo de Bogotá e a guerrilha.

O governo Uribe concordou em permitir a Operação Emanuel, que além da Venezuela conta com a participação da Argentina, Bolívia, Brasil, Equador e França, mas estabeleceu um prazo limite para ela que expira neste domingo (30) às 18h59 (hora local, 21h59 em Brasília). Chávez coinsiderou a missão iniciada com o vôo, concluido em duas horas, de dois helicópteros da Venezuela para a cidade colombiana de Villavicencio.  As aeronaves de fabricação russa, que levavam funcionários da Cruz Vermelha, ostentavam em sua fuzelagem sete reproduções da logomarca da entidade humanitária internacional — em obediéncia às normas do Tratado de Genebra para operações humanitárias, de modo a salvaguardá-las de ataques das partes em conflito.

Da redação, com agências